Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Lula defende uso de moedas nacionais no comércio, desafiando a hegemonia do dólar

Durante visita à Indonésia, Lula reforçou a necessidade de comércio sem dependência do dólar, enfrentando as críticas de Trump ao grupo Brics.

Ao discursar na Indonésia nesta sexta-feira (23), o presidente Lula reafirmou a importância de ampliar o uso de moedas próprias em transações comerciais, criticando o protecionismo e defendendo o multilateralismo. A declaração ocorre às vésperas de reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Malásia.

Lula e a proposta de comércio com moedas nacionais

Durante a visita oficial à Indonésia, Lula destacou que Brasil e Indonésia não querem uma nova Guerra Fria e defendem um comércio livre e sem protecionismo. “Nós queremos democracia comercial e não unilateralismo. E tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de utilizarmos nossas moedas nas trocas comerciais”, afirmou.

O presidente ressaltou que essa mudança já deveria ter ocorrido há tempos. “O século XXI exige coragem para alterar formas de agir e diminuir nossa dependência de outros países”, declarou. Lula também destacou que essa transformação é fundamental para assegurar a soberania econômica dos países emergentes.

Resistência de Trump ao avanço das moedas nacionais

O confronto com o grupo Brics e o dólar

Os planos do Brasil de usar moedas nacionais no comércio preocupam o presidente dos EUA, Donald Trump, que classificou o grupo Brics — formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente ampliado para incluir países como Indonésia, Egito, Irã e Etiópia — como uma ameaça à hegemonia do dólar.

Desde que retomou o mandato, em janeiro, Trump vem criticando a iniciativa do grupo de buscar alternativas ao dólar como principal moeda de troca internacional. Segundo ele, a possível substituição do dólar por moedas nacionais ou uma moeda comum colocaria os EUA em uma situação de vulnerabilidade financeira capaz de “equivaler a uma guerra mundial”.

Ameaças de tarifas e o papel do dólar

Após a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, Trump ameaçou aumentar tarifas de produtos brasileiros e de outros países do bloco caso sigam com o plano de desdolarização. Ele declarou que permitir a perda do status do dólar como reserva global seria “o fim de uma era”.

Para Trump, a manutenção do dólar como reserva internacional garante aos EUA uma vantagem econômica decisiva, algo que ele considera fundamental para a segurança do país. “O dólar é a nossa arma mais poderosa”, afirmou, em entrevista recente.

Perspectivas e impactos futuros

Especialistas avaliam que a posição de Lula representa uma tentativa de fortalecer o protagonismo econômico do Brasil e de outros emergentes, ao passo que fortalece a autonomia das nações frente às pressões de países mais dominantes. Ainda, a discussão sobre moedas nacionais no comércio internacional pode alterar o atual cenário de dependência do dólar.

Segundo analistas, uma mudança concreta nesse sentido exigirá cooperação internacional e reformas na estrutura financeira global. A aposta é que, no médio prazo, os movimentos possam impulsionar uma maior diversificação nas reservas internacionais e nas transações comerciais.

O governo brasileiro promete avançar nessa agenda de autonomia econômica, enquanto acompanha de perto as reações do governo dos EUA e de outros países do grupo Brics.

Para mais detalhes, acesse a fonte oficial aqui.

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