O post do senador Flávio Bolsonaro (PL) sugerindo que o governo dos Estados Unidos ajudasse o Brasil a “combater essas organizações terroristas” provocou uma onda de reações entre os apoiadores da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. As declarações de Flávio, feitas na plataforma X (antigo Twitter), foram interpretadas como uma convocação para ações de força militar em território nacional, levando críticos a chamá-lo de “traidor da pátria”.
Repercussões entre políticos e apoiadores
No contexto das novas declarações, Flávio Bolsonaro comentou uma postagem do secretário de Defesa dos EUA, Peter Hegseth, que anunciou um ataque a um barco suspeito de estar relacionado ao tráfico de drogas no Oceano Pacífico. “Família de traidores da pátria! É surreal e vergonhoso. Flávio Bolsonaro, tido como o ‘equilibrado’ dos irmãos, fez uma postagem sugerindo que o governo dos EUA ataque embarcações no litoral brasileiro, o que seria um ato de guerra”, afirmou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB), criticando a postagem do senador.
O deputado Ivan Valente (PSOL) também não poupou críticas e chamou Flávio de “traidor da pátria”. Valente enfatizou a destruição ética representada pela proposta, enquanto a deputada Natália Bonavides (PT) acentuou a gravidade da situação ao acusar Flávio Bolsonaro de crime de lesa-pátria “no sentido mais profundo da palavra”.
Ataque à soberania nacional
Os ataques verbais não se limitaram apenas ao discurso político. Uma das afirmações mais impactantes veio quando Bonavides ressaltou que Flávio, ao insinuar que os EUA bombardeassem embarcações “aqui no Rio de Janeiro”, incita uma intervenção militar estrangeira, violando assim a soberania nacional. “Gravíssimo!”, destacou a deputada.
No post que provocou a controvérsia, Flávio expressou sua “inveja” da capacidade de ação do governo americano, afirmando: “Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”.
A divisão entre apoiadores e críticos
As reações vieram de apoiadores e críticos da postura do senador. Enquanto alguns seguidores demonstraram concordância com as suas ideias, comentando “Que sonho!” e “Lindo!!”, outros expressaram indignação. Um usuário comentou: “O cara tá pedindo bombardeio na Orla carioca?”, enquanto outro afirmou: “Tu és congressista eleito pelo povo. Trabalhe PELO BRASIL, e não contra ele”.
Internautas também notaram uma desconexão nas declarações de Flávio, especialmente considerando que ele ocupa um cargo de grande relevância na Comissão de Segurança Pública do Senado, o que torna suas sugestões de intervenção estrangeira ainda mais conflitantes.
Contexto da ação militar
O ataque mencionado por Hegseth faz parte de uma série de operações dos EUA contra embarcações envolvidas em atividades ilícitas no mar. O secretário revelou que durante um ataque a uma embarcação no Pacífico Oriental, três narcotraficantes foram mortos, e não houve feridos entre as forças americanas. Esses dados reforçam a sensibilidade do tema, especialmente quando um líder político brasileiro os relaciona com ações em solo nacional.
A postura de Flávio Bolsonaro não apenas desencadeou uma série de críticas, mas também levantou discussões sobre a política interna do Brasil e o papel dos EUA nas questões de segurança nacional e combate ao tráfico de drogas. Para muitos, a ideia de convidar uma intervenção militar estrangeira representa um perigo não só para a soberania do país, mas também para a integridade de suas instituições democráticas.
Com as opiniões polarizadas, a sugestão de Flávio Bolsonaro continua a reverberar, colocando em evidência um debate essencial sobre a segurança, a soberania nacional e as relações internacionais do Brasil.



