O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) fez um pedido de perdão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após ter afirmado que “pagou pela gratidão” ao apoiá-lo em 2022. Durante uma entrevista na última sexta-feira à Rádio Auriverde, Azevedo foi perguntado se apoiaria o candidato que Bolsonaro escolher para as próximas eleições presidenciais. Em sua resposta, fez questão de enfatizar que sua lealdade era para com Bolsonaro, e não com sua família ou com os apoiadores do ex-presidente, detalhando que sua gratidão era pessoal, e não coletiva. A declaração gerou uma onda de críticas entre os colegas bolsonaristas, levando o senador a se retratar em um discurso no plenário do Senado.
Controvérsia entre apoiadores
Durante a entrevista, Cleitinho Azevedo destacou: “Se eu achar que não tenho os mesmos pensamentos que esse candidato que o Bolsonaro apoiar, eu não preciso apoiar, não. Tenho gratidão com o Bolsonaro. Não é com a família dele, com os apoiadores, não. É com ele”. As palavras do senador logo repercutiram nas redes sociais, visto que muitos apoiadores de Bolsonaro, como o blogueiro Allan dos Santos, comentaram sobre o assunto. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se manifestou, repostando em sua conta no X uma publicação em que sugeria aos eleitores que não apoiem aqueles que não apoiam as ações de seu pai nos EUA.
Perspectivas políticas e a corrida pelo governo de Minas Gerais
Cleitinho Azevedo, que está sendo cotado para disputar o governo de Minas Gerais no próximo ano, aparece bem posicionado nas pesquisas eleitorais. De acordo com uma pesquisa recente da Genial/Quaest, ele registrou 28% das intenções de voto, liderando com 12 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT). Essa vantagem no cenário político torna suas declarações ainda mais significativas, pois podem influenciar sua imagem perante os eleitores e a base bolsonarista.
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Retratação e defesa da liberdade de expressão
Após a polêmica, Cleitinho Azevedo se retratou durante uma sessão no Senado: “Venho aqui hoje pedir perdão para o nosso querido ex-presidente Bolsonaro. Na minha entrevista, que eu dei sexta-feira agora, tiraram um pouco do contexto”. Ele reconheceu que sua forma de expressar gratidão poderia ter sido mal interpretada e enfatizou que “a gratidão ao Bolsonaro e à população brasileira vai ser sempre eterna”.
Pelo lado da defesa de sua liberdade de expressão, o senador comentou: “É um direito deles fazerem críticas, defendo a liberdade de expressão deles também. Cabe a mim, com o tempo, mudar a opinião deles”. A afirmação sugere que, embora tenha reconhecido o erro, Cleitinho pretende se manter firme em sua posição política e conduzir sua campanha de acordo com suas convicções.
O desenrolar dessa situação representa não apenas uma reflexão sobre a dinâmica de lealdade política, mas também um alerta sobre a fragilidade das alianças em tempos de polarização. Com as eleições vindouras, a atenção e a expectativa ao redor das decisões e posicionamentos de Azevedo seguem em alta, especialmente entre seus apoiadores e até os críticos. A responsabilidade política e as relações interpessoais serão testadas ao longo do caminho, em um cenário já turbulento de disputas eleitorais.



