Brasil, 22 de outubro de 2025
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Steve Bannon ensina cidadania em prisão federal

O ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, leciona cidadania para prisioneiros enquanto cumpre pena em uma instituição federal.

Steve Bannon, um nome conhecido na política americana, ficou atrás das grades na Federal Correctional Institution em Danbury, onde se tornou inesperadamente um professor de civismo. Acusado de desrespeitar uma intimação do Congresso em uma investigação sobre o ataque ao Capitólio, Bannon encontrou na sala de aula uma maneira de servir sua pena, enquanto destacava sua visão sobre a política americana.

O inusitado trabalho de Bannon na prisão

Bannon, condenado por dois crimes de desacato ao Congresso, tinha uma tarefa surpreendente dentro da prisão. Ele começou a ensinar aulas de civismo a outros prisioneiros, com classes que reuniam até 50 alunos, em um prédio que oferecia ar-condicionado, uma raridade em Danbury. O curso era baseado na história da fundação americana e em temas como os perigos que, segundo Bannon, a Constituição enfrentava atualmente, principalmente devido ao que ele chamava de “estado administrativo”.

Os alunos de Bannon se mostraram curiosos e engajados. Em uma das aulas, um dos prisioneiros questionou, “E eles dizem que somos os criminosos?” demonstrando a ironia de suas lições sobre o sistema financeiro americano e suas repercussões. A transformação de Bannon de um estrategista político para educador de civismo foi uma reviravolta intrigante em sua trajetória, especialmente considerando seu passado controverso e suas convicções políticas.

O ambiente na prisão e o impacto de estar atrás das grades

O Federal Correctional Institution Danbury não é o lugar típico para alguém como Bannon. A complexidade de sua situação jurídica o forçou a um ambiente mais severo, ao invés de uma prisão de mínima segurança. Durante os quatro meses que passou lá, ele teve que se adaptar a um cotidiano em um espaço compartilhado com 83 homens e em condições que ele descreveu como “difíceis”.

O ex-estrategista de Trump não hesitou em mencionar a dureza da prisão, revelando incidentes de violência que presenciou e as características dos “hardened criminals” com quem conviveu. No entanto, apesar do ambiente hostil, ele reconheceu que estar na prisão também lhe proporcionou um olhar diferente sobre a sociedade e o sistema judicial americano.

Reflexões sobre a sociedade e o sistema prisional

Bannon refletiu sobre a realidade das comunidades afro-americanas e hispânicas nos EUA, mencionando que quase todas as famílias têm alguém que já passou pela experiência da prisão. Ele argumentou que as taxas de encarceramento para delitos não-violentas são excessivas e que é preciso uma reforma significativa nesse sentido. Embora seu apoio à reforma tenha sido inesperado, ele disse que o aprisionamento em massa é um problema que precisa ser abordado.

Além disso, Bannon ficou próximo de outros prisioneiros, incluindo um notório membro da máfia italiano que se tornaria um de seus amigos mais próximos. Ao ajudar esse amigo a conseguir sua libertação antecipada, Bannon não só teve uma experiência pessoal com o sistema, mas também se tornou parte de uma narrativa maior de reforma e justiça que frequentemente ignora o passado violento de muitos prisioneiros.

Retorno ao mundo exterior e influência política

Após sua liberação em outubro, Bannon imediatamente retomou seu papel como um influente conselheiro de Trump, usando a experiência da prisão como uma nova parte de sua narrativa. Ele se distanciou do discurso de unidade que muitos na política estavam promovendo e, em vez disso, procurou intensificar as divisões, um reflexo de sua abordagem agressiva à política.

As conversas com Trump logo após sua saída da prisão revelaram não apenas a continuação de sua influência, mas também a forma como as experiências na prisão moldaram sua visão para o futuro político dos EUA. Embora ele esteja em liberdade, Bannon continua a promover a agenda do MAGA com uma fervor que, segundo ele mesmo admite, foi intensificada pela sua experiência atrás das grades.

O que ficou claro é que, independentemente de sua condenação e tempo na prisão, a visão de Bannon para o futuro dos Estados Unidos e sua disposição para impactar a política permanecem intactas e talvez até mais vigorosas do que nunca.

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