Na manhã desta quarta-feira (22), a Polícia Civil da Bahia deflagrou a Operação Erva Afetiva, tendo como alvo um grupo criminoso atuante no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. A operação chamou atenção pelo envolvimento da influenciadora digital Melissa Said, que possui mais de 320 mil seguidores em suas redes sociais.
Apologia ao uso de drogas e investigação
As investigações, conduzidas pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), revelaram que Melissa Said fazia apologia ao uso de drogas nas plataformas digitais. Além disso, ela é acusada de comercializar, armazenar e distribuir maconha em Salvador, capital baiana. As apurações indicam que a influenciadora mantinha fornecedores de drogas nos estados da Bahia e São Paulo, o que amplia a gravidade das denúncias contra ela.
Mandados de prisão e apoio operacional
Durante a operação, estão sendo cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, expedidos pela Justiça nas cidades de Salvador e Lauro de Freitas, na Bahia, bem como nos municípios paulistas de São Paulo e Araçatuba. A operação conta com o suporte operacional de unidades do Denarc da Polícia Civil de São Paulo, o que demonstra a intenção de coibir o crime organizado em múltiplas regiões do país.
Contexto e repercussão da operação
A Operação Erva Afetiva não é um caso isolado. A crescente preocupação das autoridades com o tráfico de drogas no Brasil resultou em diversas ações semelhantes nos últimos anos. A utilização de influenciadores digitais na promoção de comportamentos de risco, como o consumo de drogas, acende um alerta sobre a responsabilidade social de personalidades com grande alcance nas redes sociais.
Melissa Said e o movimento ‘Erva Afetiva’
Melissa Said, natural da Bahia, se autodenomina “ervoafetiva” e é embaixadora do grupo “Bem Bolado Brasil”, que defende a legalização da cannabis. O movimento busca desestigmatizar o uso da maconha e promover debates sobre o tema. No entanto, sua associação a atividades ilícitas pode impactar a imagem do movimento e gerar discussões sobre até que ponto a militância pode se associar ao crime.
Resposta da defesa e próximo passos
O g1 tentou entrar em contato com a defesa de Melissa Said, mas até o momento, não obteve sucesso. A expectativa é de que, com a publicidade da operação, novas informações sejam reveladas, seja por parte da defesa ou das autoridades, trazendo mais clareza sobre as alegações feitas contra a influenciadora e o grupo criminoso.
As repercussões sociais dessa operação também estão sendo observadas, com internautas e seguidores discutindo o papel da influenciadora e sua influência sobre os jovens. O uso de plataformas digitais para a promoção de comportamentos prejudiciais se transforma em um tema cada vez mais debatido nas redes sociais.
Com o avanço da operação, as autoridades buscam não apenas levar à prisão os envolvidos, mas também conscientizar a população sobre os perigos associados ao tráfico de drogas e o seu impacto na sociedade.
A operação é um lembrete importante da necessidade de vigilância contínua frente ao crime organizado e a responsabilidade de influenciadores na construção da opinião pública.
