O amor pela Eucaristia trouxe milhares de fiéis de diversas dioceses italianas à Praça São Pedro para a Audiência Geral do Papa. Peregrinos de várias partes do mundo se uniram neste evento especial, que refletiu a fé e a devoção dos participantes. Durante a celebração, o Pontífice abençoou um crucifixo do santuário de Recco, na província de Gênova, colocando sobre ele uma coroa de ouro.
A união dos adoradores na Praça São Pedro
Em suas palavras, o padre Antonio Pitetto, coordenador do “Jubileu dos Adoradores” e membro da Arquidiocese de Salerno-Campagna-Acerno, expressou a alegria de ver a comunidade unida: “A esperança de reunir, no coração do Ano Santo, todos aqueles que, em toda a Itália, vivem a adoração ao Santíssimo Sacramento se tornou uma realidade, enchendo nossos corações de alegria.” Ele ressaltou como a celebração simboliza a união pelo amor à Eucaristia e a missão do Santo Padre.
Após a audiência, os adoradores passaram pela Porta Santa da Basílica Vaticana e, à tarde, participaram da missa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, presidida pelo cardeal Angelo Comastri. Este momento foi um sinal de comunhão eclesial e de renovação espiritual para os presentes.
A Porta do coração e o encontro inter-religioso
Diversas dioceses, incluindo Arquidioceses da França e da Alemanha, aproveitaram a audiência para coincidir com peregrinações jubilares. Dentre os cardeais presentes, estavam Jean-Marc Aveline e Rainer Maria Woelki, que lideram grupos de fiéis em suas dioceses. O clima de celebração não se limitou ao Catolicismo; a diversidade religiosa foi refletida na presença de diferentes comunidades, incluindo muçulmanos e judeus, que participaram do evento sob a coordenação do padre Gilles-Marie Lecomte.
“Reunir diferentes confissões religiosas sob o olhar de Deus não nos permitiu atravessar fisicamente a Porta Santa, mas abriu a porta do coração”, lembrou Lecomte. Essa iniciativa se mostrou vital para a promoção do diálogo inter-religioso e para o fortalecimento de laços de reconciliação em tempos de divisão.
Memória de São João Paulo II e a relíquia de Popieluszko
No evento, foi lembrada a memória litúrgica de São João Paulo II, com a presença de Jozef e Marek Popiełuszko, que trouxeram uma relíquia do padre Jerzy Popiełuszko, mártir polonês assassinado em 1984. Eles solicitaram que o Papa abençoasse a pedra fundamental de um museu que será construído em homenagem ao padre. O gesto simboliza a continuidade do legado de fé e resistência, características do martírio de Popiełuszko.
Além disso, o escritor Wlodzimierz Redzioch apresentou um livro ao Pontífice, coautorado com Grzegorz Górny. A obra traz reflexões sobre a vida e a obra do sacerdote polonês, ressaltando a importância de sua mensagem de fé e esperança.
O “Cristo da Graças” e a nova reflexão teológica
Outro momento marcante foi a doação de um livro pelo teólogo estadunidense Robert Imbelli, intitulado “Cristo traz toda a novidade”. O volume contém ensaios e reflexões importantes sobre a Eucaristia e a centralidade de Cristo. Durante a audiência, Imbelli apresentou a Leão XIV sua lectio magistralis que explora uma Cristologia Eucarística. Este tema é especialmente oportuno, uma vez que o Papa tem enfatizado a centralidade da Eucaristia em sua missão pastoral.
Ao final da audiência, o Papa abençoou o crucifixo do santuário de Recco novamente, realizando o gesto simbólico de colocar a coroa de ouro sobre o “Cristo das Graças”. Este rito não apenas enriqueceu o significado da celebração, mas também fortaleceu o vínculo dos fiéis com a Eucaristia e a mensagem de esperança que ela representa.
Este evento, repleto de significados e símbolos, reflete a vitalidade da fé católica e a devoção dos fiéis, mostrando que a Eucaristia continua a ser um ponto de união e comunhão em tempos de desafios e incertezas.