No dia 19 de outubro, o Museu do Louvre viveu uma cena digna de filme de ação. Quatro criminosos, disfarçados de trabalhadores da construção, utilizaram uma grua para invadir o salão Apollo, onde estão as joias da coroa francesa, e escaparam em motocicletas levando oito peças de grande valor para a história real da França.
O roubo cinematográfico no coração de Paris
Em uma ação rápida, com duração de menos de quatro minutos, os ladrões cortaram uma janela com um giro de energia e arrombaram cofres de alta segurança. Enquanto visitantes ainda estavam no interior, eles fugiram com as joias, deixando a investigação policial intrigada e perplexa com a audácia do crime.
As joias roubadas e sua origem histórica
O roubo envolveu peças que representam séculos de história da monarquia francesa. Entre os itens mais valiosos estavam a tiara e o diadema da Imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, criados pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier após seu casamento em 1853. A tiara, símbolo de seu estilo inconfundível, apresenta 212 pérolas e 1.998 diamantes, enquanto o diadema possui 24 safiras da Ceylão e 1.083 diamantes — uma peça que, segundo especialistas, poderia ter pertencido a Maria Antonieta.
Outro item cobiçado foi o colar de safira, que foi de rainha Maria Amélia, esposa de Luís Filipe, até a herança de Hortense de Napoleão III, recebida de Joséphine, primeira esposa de Napoleão I. Além disso, os ladrões levaram um colar e brincos de esmeralda, presentes de Napoleão I para sua segunda esposa, Maria Antonieta. Os itens foram adquiridos por artistas renomados, como François-Regnault Nitot, e permanecem símbolos de poder e tradição.
Peças com significado religioso e artístico
Entre as joias roubadas estavam também um broche reliquiário de Eugénie, com 94 diamantes, contendo uma relíquia sagrada, e um broche em forma de laço feito a partir de um cinturão de diamantes de 4.000 pedras, criado pelo relojoeiro François Kramer. Estes itens não só representam riqueza, mas também a fé e o simbolismo religioso da monarquia.
Investigação e o mistério do roubo
As autoridades francesas ainda investigam como o plano criminoso foi elaborado com tamanha perfeição. As perguntas sobre o motivo de as joias terem sido escolhidas como alvo, assim como a identidade dos ladrões, permanecem sem resposta. A cena demonstra uma ousadia incomum e uma habilidade logística impressionante para um crime de tal magnitude.
O peso da história nas peças roubadas
As joias não são apenas objetos de valor financeiro, mas também carregam um peso histórico e cultural considerável. Alguns especialistas sugerem que a diadema pode ter origem na própria Marie Antoinette, uma joia que passou por gerações da realeza francesa e atualmente está no acervo do Museu do Louvre desde 1985. Além disso, o colar de esmeraldas foi comprado em 2004 por 3,7 milhões de euros, garantindo sua relevância na história da joalheria.
Futuro do roubo e impacto na história
Enquanto as investigações continuam, o mundo observa com espanto a perda de um capítulo tão importante da história francesa. As joias roubadas representam séculos de poder, fé e tradição, agora sumindo das vitrines do Louvre. A questão que fica é: quem são os responsáveis e qual será o destino dessas relíquias de valor inestimável?