Brasil, 22 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Missão da Igreja na Mongólia: a vivência da fé coreana

A Igreja na Mongólia busca promover a fé de forma cultural e inclusiva, unindo comunidades coreana e mongol em um diálogo espiritual.

A Igreja católica na Mongólia tem se esforçado para criar um ambiente de fé que respeite e integre as culturas locais e a missão de amor genuíno promovida por missionários, destacando o papel fundamental da comunicação cultural na vivência do cristianismo. O Pe. Pietro Hong Jeongsu, da Diocese de Ulaanbaatar, compartilha sua experiência e as nuances do trabalho missionário em um país com uma história rica, mas que ainda está descobrindo a mensagem do Evangelho.

A missão no coração da Mongólia

“Todos reconhecem que a missão não consiste em tentar ‘transplantar’ a cultura e a atmosfera da Igreja de outro país para a Mongólia, mas se realiza no ajudar todos a expressar, por meio de sua própria língua e cultura, o amor de Deus vivenciado em suas próprias vidas”, afirma Pe. Pietro. Sua paróquia, a Igreja de Santa Maria, fundada em 2002, é um reflexo deste compromisso. Ela atua como um ponto de encontro para a comunidade católica coreana e serve também como um espaço de evangelização junto à população mongol.

Entre os cerca de 100 a 120 membros da comunidade mongol, a fé tem se mostrado um fator transformador na vida de muitos. O falecido Pe. Stefano Kim Seong-hyeon, fundador da paróquia, frequentemente se referia a essa primeira geração de fiéis como a “geração de Abraão”. Contudo, os desafios são constantes, uma vez que mudanças rápidas na sociedade mongol têm levado alguns a se afastarem da Igreja. Mas, uma esperança se renova, pois muitos que se afastaram têm retornado aos poucos, buscando um lugar para a sua fé.

Conexão entre gerações

Pe. Pietro está empenhado em criar grupos por idade, promovendo encontros de oração e serviços de voluntariado. A ideia é facilitar a interação entre pais e filhos em uma jornada de fé compartilhada. “É fundamental que todos se sintam parte desta caminhada. Precisamos cultivar o amor em todas as suas formas”, destaca o missionário coreano, que vê a espiritualidade como um elo entre as gerações.

No que diz respeito à comunidade coreana, o número de fiéis diminuiu para cerca de 20 pessoas atualmente, reflexo de fatores econômicos e da pandemia que afetaram diretamente a mobilidade e as condições de trabalho. Historicamente, a comunidade local chegou a contar com até 50 membros, mas muitos retornaram à Coreia devido ao fechamento de organizações estrangeiras e à recessão econômica.

Conversões e vivência comunitária

Neste contexto, é impressionante como algumas histórias de vida revelam um interesse crescente pela fé. Pessoas que, por acaso, acessaram conteúdos cristãos através das redes sociais se sentiram atraídas a buscar mais sobre a religião. Além disso, os católicos coreanos têm se envolvido em atividades que fortalecem os laços dentro da comunidade, com celebrações litúrgicas, sacramentos e visitas a áreas carentes.

A importância do trabalho caritativo e do apoio mútuo é evidente. Visitas a trabalhadores em condições vulneráveis e refeições partilhadas com aquelas famílias que vivem em risco de exclusão social são práticas comuns entre os membros da comunidade. Essa integração com o contexto local também é uma prioridade para o cardeal Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar, que promove a pluralidade e a diversidade nas comunidades.

Reconhecimento dos educadores

O mês de outubro é especialmente significativo na Mongólia, com as comemorações do Dia do Idoso e do Dia do Professor. Na cultura local, o termo “professor” não se limita a uma profissão, mas expande seu significado para incluir sacerdotes, monges e gurus. Pe. Pietro Hong Jeongsu enfatiza o respeito que a sociedade atribui a essa função, tornando o papel dos catequistas extremamente relevante neste cenário sociocultural. “Comemorar o mês de outubro é renovar a nossa missão nas paróquias”, conclui.

Dessa forma, a missão da Igreja na Mongólia não é apenas um exercício de evangelização, mas um ponto de convergência entre culturas, promovendo o amor e o respeito mútuo entre as comunidades. A jornada prossegue, cheia de esperança, fé e a certeza de que a comunidade se fortalecerá cada vez mais.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes