Nesta quarta-feira (22), o leilão de sete blocos de exploração de petróleo na região do pré-sal, nas Bacias de Campos e Santos, terminou com cinco áreas arrematadas e R$ 452 milhões em investimentos preferenciais contratados. A sessão foi realizada na sede da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro.
Resultados e destaque do leilão de petróleo no pré-sal
O ágio médio de óleo excedente, divisão de lucro compartilhado com a União, ficou em 91,20%, com um dos blocos apresentando sobrepreço de 251,63%. O bônus total de assinatura alcançou R$ 103,7 milhões, reforçando a forte concorrência do setor.
Das 15 empresas habilitadas, oito apresentaram lances e cinco foram vencedoras, com destaque para a Petrobras e a norueguesa Equinor, cada uma com duas áreas arrematadas, incluindo um consórcio na Bacia de Campos. A Petrobras adquiriu os blocos Citrino e Jaspe, operando 100% e 60% de participação, respectivamente, com excedentes de 31,19% e 32,85%.
Vencedoras e empresas participantes no leilão
O campo Ametista, na Bacia de Santos, foi explorado por um consórcio de duas chinesas, CNOOC Petroleum (70%) e Sinopec (30%), com oferta de 9% de óleo excedente ao valor fixado. Já a australiana Karoon, operadora única do campo Esmeralda, entregou um excedente de 14,1%, um ágio de 33,78%.
As empresas estreantes no regime de partilha, Karoon e Sinopec, demonstraram interesse forte, enquanto os blocos Larimar e Ônix, na Bacia de Campos, não receberam propostas e serão reofertados na próxima rodada.
Perspectivas para futuros leilões e o mercado do petróleo
O diretor-geral da ANP, Artur Watt Neto, considerou o resultado “um sucesso” e destacou que o resultado do leilão não deve ser avaliado apenas pelo valor do bônus de assinatura, mas pelos investimentos, geração de empregos e arrecadação de óleo e royalties para a União. Ele reforçou a importância de manter a periodicidade dos leilões, com o próximo previsto para o próximo ano, com potencial de até 26 blocos no pré-sal.
Segundo Watt, fatores internacionais, especialmente a baixa no preço do petróleo, influenciaram a ausência de propostas nos blocos Larimar e Ônix, que deverão ser reofertados na próxima oportunidade.
Como funciona a Oferta Permanente de Partilha e próximos passos
A assinatura dos contratos deve ocorrer até 29 de maio de 2026. A intensa movimentação na indústria petrolífera reforça a estratégia do governo de explorar novas fronteiras e ampliar as reservas nacionais, com destaque para o avanço na fronteira do pré-sal, considerada a maior na história do Brasil.
O governo também projeta a realização de novo ciclo de leilões no próximo ano, incluindo até 26 blocos no pré-sal, com uma rotina de pelo menos um evento anual, fortalecendo a visão de continuidade na exploração de petróleo no país. Em junho, a ANP realizou o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, com 34 blocos arrematados, incluindo áreas na Foz do Amazonas.