Las Vegas, conhecida por suas atrações vibrantes e vida noturna efervescente, recebeu mais uma notícia desalentadora esta semana. O Electric Playhouse, um arcade futurista que prometia revolucionar a experiência de jogos, entrou com pedido de falência apenas um ano após a sua abertura. Localizado no famoso Caesars Palace, o centro de entretenimento digital e gastronômico não conseguiu se manter diante das dificuldades financeiras.
Um ano de operação e muitas dificuldades
O Electric Playhouse, que possui uma área de 10.000 pés quadrados, ofereceu aos visitantes a oportunidade de utilizar seus corpos como controles em um conjunto diversificado de jogos interativos. O pedido de falência, protocolado na última segunda-feira sob o Capítulo 11, revelou que a empresa possui ativos entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões. No entanto, após quitar as taxas administrativas relacionadas ao processo, a empresa não será capaz de honrar suas dívidas com credores não garantidos.
De acordo com o Albuquerque Journal, o arcade deve cerca de US$ 4,43 milhões às suas 20 maiores credoras, sendo os dois maiores débitos US$ 2,5 milhões a um empreiteiro de Boston e US$ 1,7 milhão ao The Forum Shops, referentes a aluguel e taxas de manutenção não pagas.
Executivos do Electric Playhouse solicitaram que os procedimentos de falência fossem acelerados para garantir o pagamento aos empregados em tempo hábil. Apesar de algumas operações continuarem, o futuro da localização de Vegas ainda é incerto. O pedido de falência permite que a empresa reorganize suas dívidas, mas a preocupação com o fechamento definitivo na “Strip” se intensifica.
O impacto no turismo em Las Vegas
Este novo revés para a cidade não é um caso isolado. As statisticas mostram uma queda significativa no número de turistas. Segundo a Autoridade de Convenções e Visitantes de Las Vegas, o turismo caiu 6,7% em relação ao ano anterior, com perdas de 11,3% e 12% nos meses de junho e julho, respectivamente. Essa diminuição no número de visitantes gera um efeito dominó que atinge diversos setores locais.
Os residentes e frequentadores de longa data de Las Vegas começam a sentir os efeitos da crise. Um parque empresarial de 55 acres foi colocado à venda sem preço de referência, indicando mais uma redução na vitalidade econômica da região. O Hughes Center, anteriormente ocupado por empresas como Morgan Stanley e Deloitte, viu um declínio drástico em sua reputação como um local de alto valor imobiliário.
Preocupações com o futuro da cidade do pecado
As recentes falências e a diminuição no fluxo turístico geram um ar de desolação entre os locais. Moradores expressam preocupações sobre o futuro de Las Vegas, sugerindo que a cidade está “moribunda”. A venda do Hughes Center, que deve render entre US$ 200 e US$ 250 milhões, evidencia que, embora a mídia destaque as dificuldades, também pode haver oportunidades para novos investidores.
Enquanto o Electric Playhouse tenta se reerguer, o futuro dos grandes centros de entretenimento em Las Vegas é motivo de debate e apreensão. As mudanças rápidas nas preferências dos consumidores e os novos tipos de entretenimento que estão surgindo, tornam o caminho à frente ainda mais desafiador.
A recuperação da cidade depende da capacidade dos empresários de se adaptarem às novas demandas e, acima de tudo, reverterem a crescente percepção de que esta cidade icônica pode não ser mais a capital do entretenimento que já foi.
Com a contínua diminuição do turismo e eventos de importância sendo cancelados ou adiados, Las Vegas deve enfrentar um período turbulento pela frente. Resta saber se novas iniciativas e um foco renovado podem devolver à cidade seu antigo esplendor.