Brasil, 22 de outubro de 2025
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Ibama autoriza Petrobras a perfurar poço na Foz do Amazonas

Permissão visa pesquisa exploratória de petróleo na região, que pode se tornar uma nova fronteira de exploração no Brasil

O Ibama concedeu, nesta segunda-feira (20), autorização para que a Petrobras realize uma perfuração de um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial brasileira. A licença permite a realização de estudos para verificar o potencial de petróleo na área, sem gerar produção imediata.

Permissão e prazos da pesquisa na região

A autorização do Ibama, conforme divulgado pela sociedade ambiental, é exclusiva para pesquisas e estudos de explorabilidade por cerca de cinco meses, prazo previsto para a coleta de dados geológicos. Segundo a Petrobras, a perfuração começará de imediato e termina ao final desse período, sem previsão de extração de petróleo nesta fase.

Localização da perfuração e características da área

A perfuração será realizada no bloco FZA-M-059, em mar aberto, a aproximadamente 175 km da costa do Amapá e 500 km da foz do Rio Amazonas, em águas profundas. A área total da Bacia da Foz do Amazonas é de cerca de 268 mil km², incluindo plataformas continentais e áreas de águas profundas.

Importância estratégica da região para o Brasil

Considerada uma das novas fronteiras de exploração de petróleo e gás, a Margem Equatorial é vista como potencial “pré-sal” brasileiro, devido às semelhanças geológicas com as reservas da Guiana e Suriname. Essas áreas têm registrado aumentos expressivos na produção de hidrocarbonetos nos últimos anos, com projeções de crescimento contínuo.

Potencial de reservas e volume de petróleo

Estimativas do governo indicam que a região pode conter reservas que permitiriam a extração de até 1,1 milhão de barris diários de petróleo, com um volume recuperável de aproximadamente 6,2 bilhões de barris, conforme estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Caso confirmada a presença de hidrocarbonetos, novas licitações e licenças serão necessárias para a extração.

Impactos econômicos e arrecadação prevista

O mineral, se comercializado, pode gerar uma arrecadação de até R$ 300 bilhões em investimentos ao longo de décadas, além de contribuir com bilhões de reais em royalties e arrecadação tributária. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a exploração contribuirá para a soberania energética do país e o desenvolvimento econômico regional.

Qualidade do óleo e custos da operação

Pontos ainda em estudo, a qualidade do petróleo na região — incluindo grau API e teor de enxofre — será confirmada após análise das amostras coletadas na perfuração. Para a atividade, a Petrobras contratou a sonda NS-42, que custa cerca de R$ 4 milhões por dia de operação e possui tecnologia avançada de perfuração em águas profundas.

Reação do mercado e avaliações

Apesar do avanço na autorização, as ações da Petrobras tiveram leve queda após o anúncio, refletindo a expectativa do mercado sobre a possibilidade de preços mais baixos do petróleo no futuro e a reação a fatores externos, como as tensões internacionais. Especialistas destacam que a decisão mais relevante é o potencial estratégico de longo prazo da área.

Posição do Ibama, Petrobras e ambientalistas

O Ibama afirmou que a licença foi concedida após melhorias no projeto e que a empresa demonstra robustez na estrutura de proteção ao meio ambiente. A Petrobras ressaltou a importância da pesquisa para garantir segurança energética e a transição energética justa. Por outro lado, ambientalistas criticam a medida, alegando que ela ameaça o clima e o Equador, especialmente à véspera da COP30, em que o Brasil receberá o evento climático.

Próximos passos da exploração

Antes de avançar para a produção, será necessário comprovar a existência de petróleo em quantidade suficiente, declarar a comercialidade e obter novas licenças ambientais para a instalação de infraestrutura. Todo o procedimento faz parte do planejamento após a etapa exploratória inicial.

Para acompanhar as próximas etapas, aguarda-se a análise detalhada dos dados coletados na perfuração e a elaboração de novos estudos que definirão o futuro da exploração na região.

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