Após o cancelamento pelo governo americano, a organização ambiental Climate Central anunciou nesta quarta-feira (29) a retomada do banco de dados de desastres climáticos de mais de US$ 1 bilhão. O projeto, que tinha sido encerrado em maio de 2025 pelo governo dos Estados Unidos, agora conta com novas funcionalidades e maior detalhamento, graças ao trabalho de climatologistas e parceiros do setor privado.
Fim do banco de dados oficial e impacto na pesquisa climática
O banco de dados do NOAA, responsável pelo registro de eventos como furacões, incêndios florestais e inundações, foi interrompido após cortes de orçamento e mudanças políticas. Desde 1980, ele documentou 403 eventos, causando perdas financeiras superiores a US$ 2,9 trilhões e quase 17 mil mortes. Especialistas alertam que a ausência de dados atualizados prejudica a preparação e a formulação de políticas públicas frente às mudanças climáticas.
Revival liderada por Climate Central e melhorias na coleta de dados
O novo banco de dados será gerenciado pela organização sem fins lucrativos Climate Central, sob liderança do climatologista Adam Smith, que coordenou o projeto no NOAA. Segundo Smith, o produto será mais detalhado, incluindo eventos com danos a partir de US$ 100 milhões e fiscalização mais minuciosa de incêndios florestais, com registros individuais em vez de médias regionais.
Inovações e uso de inteligência artificial
O projeto incorpora tecnologias de inteligência artificial para acelerar o desenvolvimento e ampliar a precisão dos dados. “Continuamos trabalhando com parceiros do setor público e privado para garantir que essa informação seja acessível e relevante,” ressaltou Smith. A iniciativa visa preencher a lacuna deixada pelo governo, promovendo maior entendimento sobre os impactos financeiros de eventos extremos.
Relevância para sociedade e próximas etapas
Especialistas destacam que a manutenção desse banco de dados é fundamental para a adaptação às mudanças do clima, fornecendo informações essenciais para pesquisadores, formuladores de políticas e setores de seguros. A previsão é que o novo sistema esteja completamente operacional ainda neste ano, contribuindo para ações mais eficazes contra os efeitos do aquecimento global.