Brasil, 22 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo repete estratégias fiscais para ganhar votos nas eleições

Medidas de estímulo à economia e ajuste fiscal parecem voltadas mais ao populismo eleitoral do que à sustentabilidade do país

O atual governo tem ampliado os gastos públicos e adotado políticas de incentivo à economia, muitas vezes sem critérios técnicos, numa tentativa de fortalecer a popularidade antes das próximas eleições. Enquanto isso, a oposição permanece silente, temendo o discurso polarizador do PT de “ricos contra pobres”.

Diplomacia internacional e prioridades fiscais

Na Malásia, governos do Brasil e dos EUA confirmaram encontro entre Lula e Trump para domingo (21), enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Motta, enfatiza a necessidade de resolver a crise fiscal para viabilizar o voto do Congresso no Orçamento de 2026. Essas ações sinalizam a tentativa do governo de projetar uma imagem de diálogo internacional e responsabilidade fiscal, embora análises apontem para uma postura que prioriza gastos eleitorais.

Descontrole nos gastos públicos e seus efeitos

Segundo especialistas, o governo tem utilizado recursos de forma desordenada, sem focar benefícios sociais comprovados ou ampliar o atendimento a áreas essenciais como educação, saúde e segurança, que continuam sofrendo com má gestão. Apesar da baixa histórica da taxa de desemprego e do aumento nas transferências de renda, graças ao Bolsa Família, há avanço na ampliação de programas sem critérios técnicos claros, como o recente Reforma Casa Brasil.

Reforma Casa Brasil: problemas na execução

O novo programa de crédito para melhorias habitacionais, que disponibiliza entre R$ 5 mil e R$ 30 mil com pagamento em até 5 anos, apresenta problemas no desenho. Destinado a mutuários do Minha Casa Minha Vida (MCMV), ele pouco foca nos mais necessitados, beneficiando segmentos com renda de até R$ 9,6 mil, valor elevado frente à mediana de R$ 1.177 per capita. Além disso, existem dúvidas sobre a fiscalização das reformas e a regularidade de obras, incluindo “puxadinhos” irregulares.

Questões fiscais e uso de recursos públicos

O Ministério da Economia anunciou recursos de R$ 30 bilhões do Fundo Social, financiados principalmente por royalties do petróleo, para o programa Reforma Casa Brasil. Críticos alertam que esse procedimento, com aval do Congresso, visa evitar impacto no resultado primário e contornar metas fiscais e o teto de gastos. Além disso, o Banco Central, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), pode destinar R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para famílias com renda superior ao limite, o que prejudica objetivos de controle inflacionário.

Histórico de programas populistas

Esse ciclo de iniciativas populistas remete ao programa Minha Casa Melhor, de 2013, que concedia créditos subsidiados de R$ 5 mil para aquisição de eletrodomésticos a mutuários do MCMV. A experiência acabou mal, com inadimplência de 35% em 2016 e irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União, que questionou a legalidade das emissões de títulos para financiar essas ações.

Perspectivas para o futuro

Ao que tudo indica, há um risco real de que essas políticas continuem a priorizar o curto prazo, prejudicando o equilíbrio fiscal e a gestão eficiente dos recursos públicos. As instituições precisam atuar com rigor para conter o populismo eleitoral e garantir que o Estado cumpra sua missão de promover serviços de qualidade no longo prazo, sobretudo em áreas essenciais como saúde, segurança e educação.

Para especialistas, o debate sobre a sustentabilidade das contas públicas e a efetividade das políticas de assistência social deve ganhar força, evitando que o país entre em um ciclo de endividamento e instabilidade que comprometa seu crescimento futuro.

Fonte: O Globo

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes