O FC Porto deu um grande passo na luta contra a revenda ilegal de ingressos, ao desmantelar uma das maiores redes já identificadas em Portugal. Esse esquema, que operava à margem da lei, levou à recuperação de centenas de assentos no Estádio do Dragão, onde os ingressos eram revendidos a preços exorbitantes, chegando a 800 euros, ou cerca de R$ 5 mil. Conforme noticiado pelo The Guardian, os líderes dessas operações lucravam dezenas de milhares de euros em cada partida.
Como funcionava a rede de revenda
A investigação revelou que um dos principais suspeitos era responsável por convencer torcedores a fornecer dados pessoais, de forma a cadastrá-los como sócios. Dessa forma, ele comprava ingressos de temporada em seus nomes. O FC Porto comentou que essa rede atingiu uma escala impressionante, onde um único indivíduo controlava dezenas de lugares. Além disso, foram identificadas empresas-fantasma que facilitaram centenas de transações ilegais.
Apoio das autoridades
De acordo com informações do jornal A Bola, a operação foi realizada com o apoio das autoridades portuguesas e integra um esforço mais amplo para combater fraudes na venda de ingressos. O esquema se concentrava principalmente em turistas, que, sem acesso ao sistema oficial de venda de ingressos, acabavam recorrendo a plataformas de revenda online.
Um episódio curioso que ajudou a desencadear a investigação envolveu dois torcedores dinamarqueses, que compraram ingressos para a estreia da temporada por 200 euros (R$ 1.250) cada, sem saber que um deles era um ingresso de sócio. Essa situação despertou desconfiança e levou a investigação mais profunda da rede.
Medidas de transparência e dificuldades
Desde que André Villas-Boas assumiu a presidência do clube, houve um foco maior em promover a transparência na venda de ingressos. O FC Porto substituiu privilégios oferecidos a torcidas organizadas por um sistema digital que prioriza a fidelidade dos torcedores. Apesar destas mudanças, os revendedores conseguiram adquirir assentos premium, aproveitando a alta demanda durante as partidas esgotadas no Estádio do Dragão.
Além disso, os processos disciplinares internos estão agora sendo iniciados contra os suspeitos da rede de revenda. O caso não apenas expõe as falhas dos sistemas digitais, mas também revela o impacto econômico substancial do mercado paralelo de ingressos. As sanções criminais contra os envolvidos podem ser uma consequência a mais nesse processo que busca coibir práticas ilegais no futebol português.
Consequências e o futuro do FC Porto
Com as investigações em andamento, o FC Porto se posiciona fortemente contra a revenda ilegal, destacando a necessidade de um ambiente mais seguro e transparente para seus torcedores. Em tempos em que a paixão pelo futebol é uma das experiências mais valiosas para os fãs, o clube busca não apenas preservar o acesso legítimo aos jogos, mas também proteger a integridade do esporte em sua totalidade.
Em um contexto onde as fraudes digitais estão se tornando cada vez mais sofisticadas, essa ação do FC Porto representa um esforço significativo para minimizar o impacto das práticas ilegais e garantir que todos os torcedores possam desfrutar de suas experiências sem a interferência de atividades ilícitas. Com a operação bem-sucedida, o clube não apenas recupera assentos, mas também redobra seu compromisso com o bem-estar de sua torcida.
