O governo dos Estados Unidos está considerando impor restrições à exportação de uma ampla gama de softwares críticos para a China, confirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sob condição de anonimato. A medida, que ainda está em avaliação, visa limitar o acesso da China a tecnologias estratégicas, semelhante às ações tomadas contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.
Restrição de softwares e cooperação internacional
De acordo com Bessent, as possíveis limitações poderiam englobar softwares de planejamento de recursos empresariais (ERP), gerenciamento de relacionamento com clientes (CRM) e de projeto auxiliado por computador (CAD). “Tudo está na mesa”, afirmou o secretário, destacando que qualquer controle será coordenado com aliados do G-7 para evitar desacordos isolados.
A reportagem da Reuters destacou que, embora não haja um cronograma definido, as autoridades americanas já aplicaram controles semelhantes a softwares para combater a transferência de tecnologias sensíveis à Rússia. A iniciativa, se concretizada, poderia afetar uma economia globalizada e baseada em tecnologia avançada, especialmente no setor de tecnologia e semicondutores.
Impactos no mercado e decisões futuras
As ações de empresas de tecnologia no mercado financeiro americano reagiram negativamente às notícias, refletindo o receio de um possível desinternacionalização de certas tecnologias. Segundo analistas, restrições amplas podem desestabilizar a economia americana, ainda afetada por tarifas e sanções anteriores.
Negociações diplomáticas e boas intenções
Apesar das possibilidades de restrição, Bessent ressaltou que Washington mantém negociações com Pequim de “boas intenções” e com “grande respeito”. Ambos os lados continuam a explorar formas de reduzir barreiras comerciais, adotando uma estratégia de negociação na qual medidas punitivas são usadas como alavanca para obter acordos.
Nos últimos meses, a tensão entre as duas nações aumentou, com Trump ameaçando tarifas adicionais e controles de exportação sobre softwares considerados críticos. A imposição dessas restrições seria uma resposta direta às restrições chinesas ao fluxo de minerais de terras-raras, essenciais para várias indústrias, incluindo semicondutores e defesa.
Diálogo e possíveis acordos
Trump afirmou que espera uma reunião longa com o presidente chinês Xi Jinping na próxima semana, na qual acredita que muitas dúvidas poderão ser esclarecidas e que um “bom acordo” será possível. “A relação é muito boa, e acho que algo vai dar certo”, disse o ex-presidente americano, que também ameaçou retaliações específicas à China em outras frentes comerciais.
Perspectivas futuras e cautela
Apesar do otimismo nas negociações, os EUA continuam a avaliar medidas duras, incluindo tarifas e restrições, caso as conversas não evoluam favoravelmente. A possibilidade de uma maior restrição tecnológica transforma o cenário global e influencia mercados financeiros, empresas de tecnologia e segmentos industriais essenciais.
A decisão final sobre o alcance dessas restrições ainda está em discussão, mas o movimento demonstra a postura cada vez mais agressiva do governo americano na disputa por hegemonia tecnológica com a China.
Fonte: Gerência Globo