Brasil, 22 de outubro de 2025
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Estupro em hotel Blue Tree Paulista: advogada americana denuncia crime

Após um ano da agressão, Sophie luta contra as consequências emocionais e busca justiça na Justiça brasileira.

No último dia 27 de setembro, o hotel Blue Tree Paulista, em São Paulo, esteve no centro de uma grave denúncia. Sophie, uma advogada americana, relatou ter sido estuprada por um funcionário do estabelecimento. Mais de um ano após o tragédia, a vítima ainda sofre as consequências e faz uso de medicação para tratar ansiedade e depressão.

O caso e os desdobramentos legais

Em abril deste ano, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o réu, que agora enfrenta acusações formais de estupro. Uma audiência foi marcada para janeiro de 2026, na 11ª Vara Criminal do Foro Central Criminal Barra Funda. O caso foi amplamente noticiado pela “Folha de S.Paulo”, e o portal g1 teve acesso ao inquérito policial e à denúncia do MP-SP.

A defesa do funcionário do hotel alega que o ato sexual foi consensual. Em nota, os advogados da rede hoteleira informaram que não apoiam “qualquer conduta imprópria que eventualmente ocorra em seus empreendimentos” e que o processo está sob segredo de justiça.

Depoimentos da vítima e relatos sobre a agressão

Sophie estava no Brasil a trabalho e se hospedou no hotel por alguns dias. No entanto, em seu último dia, ela optou por um jantar tranquilo no quarto. Ao tentar fazer um pedido através do telefone, percebeu que a barreira da língua dificultava o contato com a recepção, já que o recepcionista não falava inglês. Assim, decidiu descer para solicitar o jantar e uma garrafa de vinho.

Segundo Sophie, um funcionário do bar, de apenas 19 anos, ofereceu-se para acompanhá-la até o quarto com a bebida. O que parecia uma ajuda cordial rapidamente se transformou em um pesadelo: “O funcionário do hotel me abraçou e me beijou enquanto eu ainda segurava a taça de vinho”, comentou. Ela relatou ter tentado se desvencilhar enquanto ele partia para cima dela.

De acordo com a denúncia, o agressor empurrou a advogada para a cama, levantou sua saia e a estuprou, mesmo diante das negativas. “Não consegui me libertar dele devido à sua força. Fiquei com hematomas nos braços”, desabafou Sophie.

Câmeras de segurança e a falta de assistência

Imagens de câmeras de segurança registraram a entrada do suspeito no quarto de Sophie, onde ele permaneceu por cerca de nove minutos. Depois da agressão, a advogada sentiu a necessidade de relatar o que aconteceu e enviou uma mensagem de texto ao seu diretor, que estava na mesma viagem. Em seguida, ele e uma colega que falava português foram até o hotel convocar a polícia.

Entretanto, o que se seguiu foi uma frustração adicional para a vítima: a equipe do hotel se recusou a prestar assistência e a acionar as autoridades, como confirmou o diretor em declaração anexada ao processo.

Impacto na vida da vítima

Após o ocorrido, Sophie retornou para casa, no Kansas, EUA, e precisou tirar cinco semanas do trabalho devido ao trauma. Além disso, ficou internada em uma clínica psiquiátrica por 26 dias: “Até hoje continuo sob os cuidados de um terapeuta e de um médico”, revelou.

Os laudos sexológicos do Instituto Médico Legal indicaram a presença de esperma na região vaginal e anal, além de lesões leves. Isso reforça a gravidade da denúncia e a necessidade de um julgamento justo.

Posição do réu e do hotel

Em sua defesa, o réu também confirmou que houve relação sexual e alegou que a mesma foi consensual “desde o início até o fim”. Ele alegou que, após um convite de Sophie, foram para o quarto e mantiveram relações sexuais por cerca de dez minutos, saindo logo depois para retornar ao trabalho.

Pela sua vez, a rede hoteleira reiterou sua posição em relação ao caso: “A segurança de nossos hóspedes é uma prioridade e não compactuamos com condutas impróprias”. A empresa se coloca à disposição das autoridades para colaborar com qualquer investigação.

Esse caso, além de sua gravidade, revela os desafios enfrentados por vítimas de violência sexual, especialmente em ambientes onde a segurança deveria ser garantida. Sophie, cuja identidade foi preservada, agora busca justiça e apoio, não apenas para si, mas para que outros possam ser protegidos de situações semelhantes no futuro.

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