Brasil, 22 de outubro de 2025
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Encontros históricas dos Papas com o povo cigano

Jubileu dos Ciganos relembra a forte relação com a Igreja ao longo das décadas.

Por ocasião do Jubileu dos Ciganos, Sinti e Itinerantes, é importante revisitar os encontros significativos dos Papas com essa comunidade, que ocupa um lugar especial no coração da Igreja. Desde o primeiro encontro com Paulo VI em 1965, a mensagem de acolhimento e amor tem permeado as palavras do Vigário de Cristo.

O encontro com Paulo VI

O primeiro momento marcante ocorreu em 26 de setembro de 1965, quando Paulo VI se encontrou com representantes de mais de 3.000 ciganos em Pomezia, nas proximidades de Roma. O clima de profunda emoção envolveu todos os presentes, que se reuniram para celebrar a fé e a inclusão. Em sua homilia, Paulo VI definiu os ciganos como “peregrinos perpétuos” que sempre buscaram um lugar no mundo. Sua saudação foi um aceno de compreensão e empatia: “Vocês que olham o mundo com desconfiança, desejam ser aceitos e reconhecidos”.

Paulo VI: “Vocês estão no coração da Igreja”

O Papa Montini enfatizou que os ciganos não estão fora da Igreja, mas sim no centro dela, sublinhando que a Igreja ama aqueles que sofrem e são excluídos. Essa mensagem foi um lembrete de que todos, independentemente de sua origem, fazem parte do povo de Deus. O encontro de 1965 é especialmente significativo, considerando que ocorreu em um momento crucial para a Igreja, poucas semanas antes do encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, que havia abordado a importância de cuidar dos mais necessitados.

O abraço de Bento XVI

Avançando para 2011, Bento XVI reencontrou o povo cigano durante um evento que celebrava o legado do beato cigano Ceferino Giménez Malla. Com mais de dois mil ciganos presentes, o Pontífice reiterou que “vocês são uma parte amada do Povo de Deus peregrino”. Bento XVI recordou a dor histórica do povo cigano e exortou-os a buscar justiça e reconciliação no contexto de uma nova consciência europeia. Esse encontro é um marco que reforçou a importância da inclusão e do respeito às diferentes culturas.

Bento XVI: “Busquem sempre a justiça”

A consciência europeia não pode esquecer a dor vivida pelo povo cigano. O Papa convocou a todos a se esforçarem pela justiça e a nunca serem a causa do sofrimento alheio. Em uma demonstração de esperança e renovação, Bento XVI também lembrou que os ciganos, que muitos viam com desconfiança, seriam essenciais para o enriquecimento da cultura europeia com suas tradições e expressões artísticas.

Encontros com Francisco

O Papa Francisco também tem demonstrado um compromisso contínuo com a comunidade cigana. Em 2015, mais de 7.000 ciganos foram recebidos por ele na Sala Paulo VI, onde o Pontífice enfatizou a necessidade de construir uma convivência pacífica entre as diferentes culturas que coexistem. Em suas palavras, Francisco destacou a importância de “virar a página” dos preconceitos históricos que resultaram em discriminação e exclusão.

Francisco: “Virar a página”

O Papa fez ecoar um forte apelo à responsabilidade coletiva para que tragédias familiares não se repitam, reconhecendo as dificuldades que crianças e jovens ciganos enfrentam. Ele solicitou que começasse uma nova história para o povo cigano, baseada em respeito e dignidade. Francisco, em um gesto simbólico de entrega, coroou a estátua de Maria, Rainha dos Ciganos, reafirmando a presença dessa comunidade no seio da Igreja.

O Jubileu dos Ciganos e o abraço com Leão XIII

O Jubileu dos Ciganos, programado para 18 de outubro, é uma oportunidade para professar a fé dos povos Ciganos, Sinti e Itinerantes e reconhecer a importância da inclusão dentro da Igreja. Em um momento de oração, planejado no Santuário de Nossa Senhora do Divino Amor, será celebrado o legado do beato Zeferino Giménez Malla, um verdadeiro símbolo de fé e coragem para a comunidade cigana.

A história dos encontros entre os Papas e o povo cigano é um testemunho poderoso de acolhimento e esperança para um futuro mais justo e inclusivo. O anseio por dignidade e respeito permanece um desafio contínuo, mas a mensagem do Papa e do compromisso da Igreja permanece firme em seu apoio.

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