O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, destacou nesta quarta-feira que as eleições legislativas de domingo representam um momento crucial, considerado mais importante do que as próximas eleições presidenciais de 2027. A afirmação ocorre em um contexto de forte instabilidade na cotação do peso argentino, que enfrenta uma corrida cambial sem sinais de trégua, mesmo com apoio financeiro dos Estados Unidos.
Crise cambial e postura do governo argentino
A moeda argentina, o peso, permaneceu sob forte pressão nos mercados financeiros, sendo considerada supervalorizada. No fechamento do último pregão, o peso encerrou cotado a 1.488,42 por dólar, quase estável em relação ao dia anterior, sem intervenção do Banco Central, que reforçou a estabilidade do regime cambial independentemente do resultado eleitoral.
Caputo afirmou que o sistema cambial “se manterá exatamente igual”, tentando dissipar temores de uma possível desvalorização após as eleições. Segundo o ministro, “hoje temos um Banco Central muito bem capitalizado, fundamentos sólidos e uma taxa de câmbio em um nível absolutamente razoável”. Além disso, ele acrescentou que o valor do dólar poderia corrigir “entre 10% e 20% para baixo” após o pleito eleitoral.
Influência internacional e perspectiva política
Apesar do apoio financeiro de Washington — que condicionou sua ajuda à vitória do aliado Javier Milei nas eleições de domingo — a Argentina enfrenta uma corrida cambial desafiadora. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou que o mundo está observando de perto o processo eleitoral argentino, desejando revalidar o caminho de políticas econômicas adotadas pelo país.
Caputo reforçou ainda que o regime cambial não sofrerá alterações “independentemente do resultado” das eleições. Essa declaração visa tranquilizar os mercados e investidores quanto à continuidade da política cambial argentina neste momento de instabilidade.
Perspectivas futuras e ajuda internacional
Nas últimas semanas, os Estados Unidos prometeram ajuda financeira para a Argentina, no total de US$ 40 bilhões. Na segunda-feira, foi assinado um acordo referente a um primeiro “swap” (troca de moedas) que corresponde à metade desse montante, sinalizando apoio ao esforço argentino de estabilizar a economia.
Segundo analistas, a estabilidade do sistema econômico argentino dependerá do resultado eleitoral de domingo e do alinhamento das políticas adotadas pelo próximo governo. No entanto, Caputo garantiu que a situação cambial “se manterá” e que o cenário econômico argentino ainda apresenta “fundamentos sólidos”.
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