Brasil, 22 de outubro de 2025
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Doze anos após ingresso no Bolsa Família, 66,5% dos jovens conseguiram sair do programa

Estudo do IMDS aponta avanços na mobilidade social, mas também revela persistência da pobreza e desigualdades regionais no Brasil

Um estudo do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) indica que, de 15,5 milhões de jovens de 7 a 16 anos que, em dezembro de 2012, recebiam o Bolsa Família, 10,3 milhões (66,5%) deixaram o programa até 2024, evidenciando avanço socioeconômico.

Persistência da vulnerabilidade social entre jovens

Apesar do progresso, cerca de 5,2 milhões (33,5%) dos jovens ainda recebiam recursos do Bolsa Família, mostrando a continuidade de condições de pobreza e a complexidade dos mecanismos de mobilidade social no Brasil. Segundo o estudo, a transferência de renda é fundamental para o alívio imediato da pobreza, mas precisa ser complementada por políticas de educação, saúde e geração de emprego.

“O estudo evidencia que o Bolsa Família é crucial para garantir condições mínimas de sobrevivência, mas também revela que, sozinho, não é suficiente para promover mobilidade ampla e sustentada”, afirmou Paulo Tafner, presidente do IMDS.

Para Tafner, o caminho para que os beneficiários deixem a pobreza depende do ambiente macroeconômico, da escolaridade dos pais e da infraestrutura municipal. “Educação de qualidade e saneamento no município têm sido, historicamente, associados à saída da armadilha da pobreza”, destacou.

Desligamento do Cadastro Único e trajetórias de ascensão

O estudo revelou que, até 2024, 7,6 milhões de jovens deixaram completamente a rede de proteção social, incluindo o Cadastro Único, sistema que reúne informações sobre famílias de baixa renda. Essas trajetórias mais expressivas de saída estão relacionadas às condições iniciais das famílias em 2012, como maior escolarização dos responsáveis e rendimentos levemente mais altos.

Por outro lado, a baixa escolaridade dos jovens elevou as chances de permanência no cadastro, indicando permanência maior na vulnerabilidade social. Homens apresentaram maior probabilidade de desligamento do cadastro do que mulheres, enquanto jovens pretos e pardos tiveram maior resistência à saída da rede de proteção.

Desigualdades regionais e perfis dos beneficiários

O estudo apontou diferenças marcantes entre as regiões do país. Enquanto as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram taxas mais altas de desligamento do Bolsa Família e do Cadastro Único, o Nordeste e partes da Amazônia Legal mantiveram maior proporção de jovens vinculados ao sistema, refletindo vulnerabilidades históricas.

O Nordeste, que concentrava a maior parte dos beneficiários em 2012, manteve, em 2024, uma proporção elevada de crianças e jovens ainda vinculados ao cadastro. Já na região Sul e Sudeste, os maiores desligamentos indicam maior mobilidade social, embora ainda existam bolsões de vulnerabilidade. No Centro-Oeste, o quadro é intermediário, com taxas mais altas em áreas de fronteira agrícola e regiões economicamente dinâmicas.

Para consultar o estudo completo, acesse aqui.

Conheça mais detalhes na matéria completa no site da Agência Brasil.

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