Brasil, 22 de outubro de 2025
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Desvendando mitos que impedem sanções mais rígidas à energia russa

Três mitos sobre a dependência global de energia russa dificultam sanções mais severas contra Moscou em meio à guerra na Ucrânia

Em um cenário de crescente demanda por energia impulsionada por inteligência artificial, reversões para combustíveis fósseis e tensões geopolíticas, os custos energéticos atingem recordes. No entanto, mitos persistentes sobre a dependência global do gás e petróleo russos dificultam ações mais eficazes contra Moscou, segundo análises recentes.

Rússia depende economicamente da venda de energia para sustentar a guerra

O principal equívoco é a crença de que o mundo não precisa mais tanto do petróleo e gás russos. Na realidade, Vladimir Putin depende dessas receitas para financiar o conflito na Ucrânia. Segundo dados, mais de 60% das exportações russas vêm de energia, e a queda dos preços do petróleo — atualmente em torno de US$ 54 por barril, 23% abaixo das previsões oficiais — tem causado forte pressão sobre o orçamento do Kremlin.

Preços do petróleo e reservas russas em declínio

As receitas com petróleo têm sido essenciais para reabastecer o Fundo de Riqueza Nacional da Rússia, que agora está em torno de US$ 35 bilhões, uma redução drástica dos US$ 117 bilhões de três anos atrás. Com expectativas de déficit de -1,7% do PIB em 2025, baseadas em um preço de US$ 70,00 por barril, a atual realidade ameaça cortar drasticamente os recursos de guerra russo.

Impacto na política internacional e sanções econômicas

O caso do presidente Donald Trump exemplifica a complexidade das dependências globais. Recentemente, Trump ameaçou impor tarifas massivas à Índia por continuar comprando petróleo russo, mesmo após declarações conflitantes do governo indiano. Especialistas alertam que a estratégia de Trump de usar tarifas para punir o apoio de países como a Índia às ações russas é equivocada; o problema não é a compra de energia, mas o preço que eles pagam.

O dilema da dependência mundial de energia russa

De acordo com analistas, a demanda global por petróleo russo é vital, sustentando mais de nove milhões de barris diários. Assim, limitar a capacidade de Moscou de usar essa fonte para financiar a guerra requer uma compreensão das reais dinâmicas de mercado e uma ação coordenada mais inteligente, que vá além de sanções unilaterais mal direcionadas.

Perspectivas futuras e estratégias globais

Para reduzir efetivamente o suporte financeiro à Rússia, é fundamental combater esses mitos e adotar uma política baseada na compreensão real da dependência energética mundial. Somente assim será possível limitar os recursos de guerra de Putin sem prejudicar o equilíbrio econômico global.

As próximas semanas indicarão se os países conseguirão alinhar suas ações de maneira a romper essas ilusões e fortalecer as sanções internacionais, contribuindo para um esforço mais coordenado contra a agressão russa na Ucrânia.

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