O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD) venceu o leilão de concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá (PR), realizado nesta segunda-feira (22) na B3, a bolsa de valores de São Paulo. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e o governador do Paraná, Ratinho Júnior, acompanharam a disputa na capital paulista.
Detalhes da disputa e critérios de escolha
O consórcio ofereceu um desconto de 12,63% na tarifa de referência, o valor máximo estipulado, e propôs pagar R$ 276 milhões de outorga ao governo. A disputa contou com 18 lances em viva-voz entre vários concorrentes, incluindo a chinesa China Harbour Engineering Company (CHEC) Dredging e a DTA Engenharia. Após empate na primeira fase, a avaliação foi estendida ao valor de outorga, que foi decisivo para vencer a competição.
Modelo e importância da concessão
Esta foi a primeira concessão portuária do Brasil a envolver a gestão do canal de acesso, que atualmente é de responsabilidade pública. O contrato, válido por 25 anos com possibilidade de prorrogação por até 70 anos, inclui a responsabilidade pela dragagem, sinalização e monitoramento, além da ampliação da profundidade do canal de 13,5 para 15,5 metros, facilitando o acesso de navios de grande porte.
Inovação e impacto no setor portuário nacional
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, esta foi a primeira licitação de um canal de acesso portuário no mundo, servindo de modelo para futuras concessões em portos como Santos, Itajaí, Salvador e Rio Grande. O objetivo é modernizar a infraestrutura e melhorar a competitividade do Porto de Paranaguá, o segundo mais movimentado do Brasil no primeiro semestre de 2025, com 30,9 milhões de toneladas movimentadas, um aumento de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Investimentos e melhorias previstas
O vencedor do leilão deverá investir R$ 1,22 bilhão nos primeiros cinco anos de concessão, além de pagar uma outorga fixa anual de R$ 86 milhões. Uma das principais metas é ampliar a calado do canal para permitir a entrada de navios de até 366 metros de comprimento, aumentando a capacidade de carga do porto.
“Dois metros de calado representam, em média, mil contêineres a mais no navio ou 14 mil toneladas a mais de produto, sem aumento de custo para o usuário. Dependendo do resultado do leilão, podemos até ter um preço menor do que o atual”, explicou Luiz Fernando Garcia, presidente da Portos do Paraná.
Atualmente, o Porto de Paranaguá recebe cerca de 2,6 mil navios por ano, principalmente de granéis sólidos, como soja e proteína animal. Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o porto foi a segunda maior instalação portuária pública em movimento de cargas no primeiro semestre de 2025.
O canal de acesso ao Porto de Paranaguá
Localizado ao sul da Ilha do Mel, o Canal de Acesso, incluindo o trecho conhecido como Canal da Galheta, é o principal caminho de entrada ao porto desde a década de 1970. A dragagem do Banco da Galheta foi requerida para suportar navios de maior porte, garantindo a competitividade do porto na matriz logística brasileira.
Outros leilões portuários e próximos passos
Antes do leilão do Porto de Paranaguá, o ministro também participou de outros dois leilões portuários em Rio de Janeiro e Maceió, voltados à movimentação de cargas offshore e ao turismo de cruzeiros marítimos, com investimentos estimados em R$ 99,4 milhões e R$ 3,75 milhões, respectivamente.
O resultado do leilão do porto paranaense marca uma inovação no setor, com aspiração de ampliar a eficiência e atratividade do Brasil para operações portuárias de grande escala, além de estabelecer um novo padrão mundial na concessão de canais de acesso.
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