Brasil, 22 de outubro de 2025
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Consórcio brasileiro-belga vence leilão do Canal Aquaviário de Paranaguá

Primeira concessão de um canal de acesso portuário no Brasil, com investimento de R$ 1,2 bilhão e impacto na logística do país

O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD), formado por empresas brasileiras e belgas, venceu o leilão do Canal Aquaviário do Porto de Paranaguá na B3, em São Paulo, nesta quarta-feira. Este é o primeiro canal de acesso de um porto a ser leiloado no país, marcando uma fase histórica na concessão portuária brasileira.

Detalhes do leilão e investimentos previstos

O projeto envolve investimentos de R$ 1,2 bilhão ao longo de 25 anos, com possibilidade de prorrogação por até 70 anos. A concessão exige melhorias, como a ampliação do calado do porto de 13,3 metros para 15,5 metros, prevista para ocorrer após o quinto ano da parceria.

Disputa acirrada e critérios de vencedores

Na disputa, a oferta vencedora foi feita pelo consórcio formado pela CCGD e a chinesa Chec Dredging Co. Ltda, que ofereceram o desconto máximo de 12,63% nas tarifas de administração do terminal, em um leilão realizado na modalidade viva voz. A CCGD ofertou R$ 276 milhões, superando o lance de R$ 275 milhões dos chineses. Outros grupos, como a brasileira DTA Engenharia e a belga Jan de Nul, participaram, mas não conseguiram superar os vencedores.

Segundo André Maragliano, da FTS e representante do consórcio, a experiência local da empresa paranaense aliada à expertise global da Deme, uma das maiores do mundo em dragagem, foi fundamental para a vitória. “Este momento marca um avanço importante para os portos brasileiros, beneficiando operadores, exportadores e o país como um todo”, destacou.

Relevância para o cenário portuário e expectativa futura

O governador do Paraná, Ratinho Jr., afirmou que o leilão demonstra que o planejamento de modernização do porto, iniciado há anos, deu resultados positivos. “O porto de Paranaguá foi eleito o melhor do país por seis vezes consecutivas e agora passa por uma nova fase de melhorias”, disse.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, declarou que o leilão serve como modelo para futuras concessões em portos como Santos, Itajaí, Salvador e Rio Grande, que devem movimentar mais de R$ 6 bilhões em investimentos neste ano. Em 2026, a previsão é realizar cerca de 30 novos leilões de ativos portuários.

Impactos na operação portuária e na economia do país

Com a ampliação do calado, o Porto de Paranaguá pretende aumentar a sua capacidade de movimentação. Atualmente, o porto recebe aproximadamente 2.600 navios por ano, especialmente de granéis sólidos como soja e proteínas animais.

Especialistas avaliam que o leilão trará maior eficiência às operações e abrirá oportunidades de aumento na exportação de grãos, com previsão de escoar até 20 milhões de toneladas adicionais anualmente. A melhoria do canal de acesso deve permitir o transporte de mais cargas por navio, valorizando a cadeia logística brasileira.

Perspectivas e próximos passos

De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, os investimentos totais na carteira de ativos portuários de 2025 chegam a R$ 1,22 bilhão. Além de Paranaguá, outros terminais, como o do Rio de Janeiro, Maceió, e portos no Sul e Sudeste, também terão concessões realizadas ao longo do próximo ano.

O sucesso do leilão do canal de Paranaguá marca uma nova etapa para os portos do Brasil, com potencial para aumentar a competitividade logística do país e atrair mais investimentos no setor.

Fonte: O Globo

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