Na busca por justiça nas despesas de água e gás dos condomínios, o especialista em direito condominial Márcio Rachkorsky trouxe importantes esclarecimentos durante sua participação no SP1, no dia 22 de outubro. Em muitos prédios, o consumo de água e gás é coletivamente cobrado, o que gera insatisfação e desigualdade entre os moradores. A individualização desses serviços aparece como uma solução viável e justa para todos os condôminos.
Entendendo o consumo coletivo e individualizado
A coletiva, predominante em prédios mais antigos, faz com que cada residente pague o mesmo valor independente do seu consumo. “Essa é uma questão que gera muita indignação, já que tem gente que se esforça para economizar e acaba arcando com os mesmos custos que aqueles que consomem excessivamente”, explica Rachkorsky.
Por outro lado, a individualização permite que cada apartamento tenha seu próprio medidor de consumo, possibilitando que cada morador pague apenas o que realmente utilizou. Essa mudança não só promove justiça, mas também incentiva a economia de água e gás, uma vez que cada um se torna mais consciente do seu consumo.
Processo de individualização: o que você precisa saber
É possível individualizar apenas meu apartamento?
Rachkorsky deixa claro que a individualização deve ser realizada em todo o condomínio. Portanto, não é possível que um único proprietário instale um medidor sem o consentimento dos demais moradores. “Ou todos participam da mudança, ou ninguém poderá se beneficiar dela”, destaca.
Prédios novos podem sempre individualizar?
Uma ideia errônea é achar que apenas construções novas podem se beneficiar da individualização. Segundo o especialista, tanto prédios novos quanto antigos podem passar pelo processo; as novas normalmente já estão equipadas para isso, enquanto as mais antigas precisarão de adaptações nas tubulações e aprovação em assembleia.
Custos envolvidos na individualização
O investimento necessário para a individualização pode variar dependendo do tamanho do prédio e do número de apartamentos. No entanto, Rachkorsky afirma que os custos são divididos entre os condôminos e, a longo prazo, o sistema individualizado representa uma economia significativa, permitindo que cada um pague apenas pelo que consome.
Vantagens e Aprovação
Mas qual é a vantagem real da individualização? O especialista explica que, além de ser mais vantajoso financeiramente, o sistema também contribui para a sustentabilidade. “Quando as pessoas veem o que estão consumindo, tendem a usar menos”, destaca.
Ainda segundo Rachkorsky, a aprovação do projeto em assembleia não é complicada. “Basta ter a maioria simples dos presentes, o que geralmente é fácil de conseguir. A chave é que o síndico estude o assunto e leve as informações para a reunião”, explica.
Outras questões sobre vida em condomínio
Além da individualização de água e gás, Rachkorsky também respondeu dúvidas sobre diversos outros temas relevantes para a vida em condomínios, como segurança, uso de tecnologia como reconhecimento facial, e resolução de conflitos entre vizinhos.
Uma recomendação importante do especialista é a mediação rápida em casos de desentendimentos, ressaltando que muitas brigas podem ser evitadas com um diálogo aberto e respeitoso. “Evitar que pequenas irritações se transformem em grandes brigas é o melhor caminho para preservar a paz no condomínio”, aponta.
Conclusão
A individualização de água e gás em condomínios é uma alternativa não apenas para garantir justiça nas cobranças, mas também para promover a economia e a sustentabilidade. Consultar especialistas e discutir em assembleia são passos fundamentais para que todos os moradores possam se beneficiar dessa mudança. Para mais informações ou esclarecimentos, os condôminos podem sempre procurar profissionais qualificados que podem ajudar nas dúvidas relacionadas à vida condominial.