Brasil, 22 de outubro de 2025
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Cinco militares são citados como membros de organização criminosa de Bolsonaro

Cinco altos militares do governo Bolsonaro foram identificados em acórdão do STF como integrantes de uma trama golpista.

Em um desdobramento marcante na política brasileira, o Supremo Tribunal Federal (STF) revelou que cinco militares que ocuparam cargos estratégicos no governo federal estavam no núcleo central de uma organização criminosa armada, supostamente liderada por Jair Bolsonaro. O acórdão, publicado nesta quarta-feira, elucida a participação ativa desses oficiais em uma trama que visava restringir o Poder Judiciário e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qual foi eleito em 2022.

A gravidade das acusações

O documento do STF aponta que os militares condenados foram fundamentais na estrutura que tinha como objetivo derrubar as bases do Estado democrático de direito no Brasil. O grupo, que atuou entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023, delineou um plano organizado e meticuloso para a ruptura institucional. Entre os envolvidos estão nomes significativos como o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e o general Walter Souza Braga Netto, que atuou como ministro-chefe da Casa Civil e chegou a ser candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Outros militares na linha de frente

Além de Heleno e Braga Netto, estão também o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa; o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; e o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro. Este último, considerado um réu colaborador e principal interlocutor entre Bolsonaro e os demais integrantes da organização criminosa, conseguiu uma pena reduzida para apenas dois anos de prisão em regime aberto.

Consequências legais e políticas

Com a publicação do acórdão, as defesas de Bolsonaro e dos outros réus têm até a próxima segunda-feira para apresentar recursos ao STF. No dia 11 de setembro, o ex-presidente já havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpismo, organização criminosa, entre outras acusações. A condenação é um reflexo das evidências apresentadas, que apontam a utilização da estrutura do Estado para implementar um projeto autoritário de poder.

O papel do STF na defesa da democracia

O STF, em seu acórdão, não apenas identificou os indivíduos envolvidos, mas também enfatizou a importância de manter a integridade das instituições democráticas. O documento ressalta que a organização atuou de forma coordenada para deslegitimar tribunais e semear desconfiança sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral, preparando o terreno para um possível golpe de Estado caso Bolsonaro não obtivesse sucesso nas eleições de 2022.

O futuro da democracia brasileira

A atuação do grupo criminoso, conforme descrito pelo STF, é um alerta sobre os riscos que a democracia no Brasil enfrenta. Na avaliação da Corte, a estrutura montada por Bolsonaro e os militares visava atacar diretamente o Judiciário e, por extensão, o próprio Estado democrático. O documento conclui que as ações do grupo passaram de tentativas isoladas para uma orquestração mais ampla e estruturada, com consequências potencialmente devastadoras para a nação.

O que se desenha é um capítulo ainda muito controverso na história política brasileira. Enquanto o país encara esses desafios, a integração entre as instituições e o fortalecimento da democracia se torna mais crucial do que nunca. Na sociedade, as repercussões das condenações ainda estão por se desdobrar, e as vozes de apoio e crítica, de ambos os lados, continuarão a ressoar nas próximas semanas.

Com a pressão aumentando e a confiança nas instituições ainda na balança, o desenrolar dos acontecimentos exige vigilância e participação da cidadania para garantir que a democracia prevaleça em terras brasileiras.

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