Brasil, 22 de outubro de 2025
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Carla Zambelli pode ser extraditada ao Brasil após parecer favorável do MP italiano

A deputada Carla Zambelli está mais perto da extradição ao Brasil, com apoio do Ministério Público da Itália.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), detida em Roma desde julho, pode estar mais próxima de ser extraditada ao Brasil. O Ministério Público da Itália se manifestou favoravelmente ao pedido de extradição da parlamentar, segundo informações divulgadas pela Advocacia-Geral da União (AGU), nesta quarta-feira, 22 de outubro. Este parecer representa um avanço significativo no processo que pode levar Zambelli de volta ao Brasil para cumprir uma pena de 10 anos e oito meses de prisão, imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde que deixou o Brasil, a deputada fez várias declarações desafiadoras, afirmando ser “intocável na Itália” e que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, não tinha autoridade para extraditá-la. Este contexto traz à tona várias de suas falas polêmicas registradas ao longo dos últimos anos.

Um convite à reflexão: frases que marcaram o percurso de Zambelli

  • “Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo ainda e democrático.” Frase dita em vídeo compartilhado no dia 29 de julho de 2025, quando ela anunciou sua prisão em Roma, Itália.
  • “Como tenho cidadania italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar onde sou cidadã.” Declaração dada em entrevista à CNN em 3 de julho de 2025, após confirmar que havia deixado o Brasil.
  • “Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia.” Comentário feito no dia 15 de maio de 2025, após a condenação do STF.
  • “Mais fácil botar a culpa em outra pessoa quando você sai perdedor de alguma coisa.” Avaliação sobre a fala de Jair Bolsonaro (PL) em entrevista ao Metrópoles, no dia 23 de abril de 2025.
  • “Serei a maior oposição que Lula jamais imaginou ter.” Postagem nas redes sociais minutos após a divulgação do resultado das eleições presidenciais em 30 de outubro de 2022.

A deputada foi condenada em maio deste ano por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. Com essa decisão, além da pena de prisão, o STF determinou a perda do mandato parlamentar, o que ainda está sob análise da Câmara dos Deputados.

Poucos dias após a condenação, Zambelli deixou o Brasil. Ela anunciou publicamente, em 3 de junho, que havia deixado o país, mas o Metrópoles apurou que sua saída ocorreu em 25 de maio, através da fronteira com a Argentina, especificamente em Foz do Iguaçu (PR) e Puerto Iguazú (Argentina). De carro, seguiu até Buenos Aires e, de lá, embarcou para um destino fora da América do Sul.

Deputada Carla Zambelli

Ainda que já tenham havido condenações contra Zambelli, a deputada não tinha restrições de viagem, uma vez que o Supremo Tribunal Federal havia liberado seu passaporte e não havia impedimentos durante a fase recursal. Contudo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva da parlamentar após a confirmação de sua saída do país. O pedido foi acolhido pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol.

Segundo a PGR, as ações da deputada e do hacker “comprometeram a segurança do Poder Judiciário e colocaram em risco a integridade dos sistemas da Justiça brasileira”.

Outro processo no STF: condenações acumuladas

Além da condenação pela invasão no sistema do CNJ, Zambelli enfrenta outro processo no STF. Em agosto, recebeu pena de 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, relacionado a um episódio em que perseguiu, armada, o jornalista Luan Araújo, apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esse episódio ocorreu em outubro de 2022, um dia antes do segundo turno das eleições, nas ruas do bairro Jardins, em São Paulo. A denúncia, oferecida pela Procuradoria-Geral da República, foi aceita pelo STF em agosto de 2023, e, além da pena de prisão, Zambelli deverá pagar uma multa equivalente a 400 salários-mínimos da época.

A situação de Carla Zambelli levanta importantes questões sobre as consequências legais das ações de figuras públicas e a proteção dos processos judiciais no Brasil. Com as movimentações para a extradição e novas condenações, o caso continua sendo foco de atenção pública e jurídica.

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