Brasil, 22 de outubro de 2025
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Brasil perde R$ 13,7 bilhões com comércio ilegal de produtos de tabaco e nicotina

Estudo da USP revela o impacto do mercado clandestino na arrecadação e na saúde pública, com destaque para vapes e sachês de nicotina

Um estudo inédito conduzido pela USP aponta que o Brasil deixa de arrecadar cerca de R$ 13,7 bilhões por ano devido à venda de produtos ilegais de tabaco e nicotina, incluindo cigarros eletrônicos e sachês. A pesquisa também revela a dimensão do mercado clandestino, que movimenta aproximadamente R$ 7,81 bilhões anuais sem pagamento de tributos.

Venda ilegal de produtos de nicotina e impacto na arrecadação

De acordo com o levantamento, pelo menos 10 milhões de brasileiros utilizam frequentemente cigarros eletrônicos e sachês de nicotina operando sem regulamentação. Entre eles, 8,5 milhões são usuários regulares de vapes e 1,5 milhão consomem sachês, com um total de 15,4 milhões de pessoas relatando uso de produtos ilícitos nos últimos seis meses. Esses números refletem uma forte penetração do mercado ilegal, que afronta a arrecadação fiscal do país.

Consumo de ilegalidades em diferentes setores

O estudo revela ainda que o mercado paralelo não se restringe aos produtos de nicotina. No setor de bebidas alcoólicas, 24% dos consumidores frequentes, ou aproximadamente 11,7 milhões de pessoas, demonstraram disposição a adquirir álcool ilícito. Além disso, 5% dos compradores de bebidas alcoólicas declararam obter esses produtos de vendedores ambulantes, sem origem regulada.

Mercado de cigarros ilegais e preferência por marcas clandestinas

Dos cerca de 20,7 milhões de fumantes mensais no Brasil, 10% priorizam marcas ilegais na hora de fumar, consolidando a prevalência do mercado clandestino. Dados do Fórum Nacional de Combate à Pirataria (FNCP) indicam que 32% dos cigarros consumidos no país são ilegais, reforçando o desafio de combate a esse comércio.

Propensão ao consumo de produtos ilícitos em outros setores

A pesquisa também mediu a adesão a bens ilegais em segmentos essenciais, como combustíveis e vestuário. Aproximadamente 20% dos consumidores habituais de combustíveis, ou 9,74 milhões de pessoas, afirmaram que comprariam combustível ilegal. Apesar de 38% desses consumidores já terem abastecido em postos sem bandeira no último trimestre, apenas 7% preferem esse tipo de estabelecimento, indicando que a busca por preços baixos prevalece sobre a preferência por marcas legítimas.

Percepção de risco e problemas com combustíveis ilegais

O estudo aponta ainda que 62% dos entrevistados consideram que postos sem bandeira vendem gasolina mais barata, mas essa prática traz riscos, como problemas mecânicos e aumento de consumo, observado por 38% dos clientes de postos clandestinos. Em comparação, 20% dos consumidores de postos regulamentados relataram dificuldades similares.

Mercado de combustíveis e vestuário também envolvido na clandestinidade

A busca por economia no abastecimento e na compra de roupas de marca por preços mais baixos conduz muitos consumidores ao mercado ilegal. No segmento de combustíveis, essa prática pode colocar a saúde dos veículos em risco e gerar prejuízos à economia formal.

Perspectivas e desafios para o combate ao mercado ilegal

Segundo o professor Leandro Piquet, coordenador da Escola de Segurança Multidimensional (Esem) da USP, a alta adesão a produtos ilícitos revela um mercado com quase 50 milhões de brasileiros dispostos a consumir ilegalmente, o que demanda ações mais eficazes de fiscalização e regulamentação. A continuidade dessa prática pode prejudicar a arrecadação do Estado e ampliar os riscos à saúde pública.

Para mais informações detalhadas, acesse a notícia completa no Globo.

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