Brasil, 22 de outubro de 2025
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Bispo Bullock e jesuítas criticam homenagem de Hegseth a soldados de Wounded Knee

Líderes católicos de South Dakota condenam honraria concedida a militares envolvidos no massacre de 1890 em Wounded Knee

Na manhã desta terça-feira (22), o bispo Scott E. Bullock, de Rapid City, e a Comunidade Jesuíta de West River, South Dakota, protestaram contra a decisão do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, de honrar soldados que participaram do Massacre de Wounded Knee em 1890.

Críticas à homenagem militar a responsáveis pelo massacre

Hegseth anunciou no mês passado que 20 soldados que receberam a Medalha de Honra por ações em Wounded Knee poderão manter suas condecorações. A Medalha de Honra é a maior distinção militar do país, concedida pelo Congresso a indivíduos que demonstraram coragem no combate além do esperado.

O secretário afirmou que, após uma análise conduzida por um painel bíblico, esses soldados “têm o direito de manter suas medalhas por suas ações em 1890”. Segundo Hegseth, a comissão recomendou que as medalhas fossem preservadas.

Hegseth criticou Lloyd Austin, ex-secretário de Defesa, por não ter tomado uma decisão definitiva sobre o assunto no ano passado, alegando que “ele demonstrou mais interesse em ser politicamente correto do que fiel à história”.

Defesa do respeito à verdade e ao sofrimento

O bispo Bullock declarou que a posição dos religiosos não se baseia em “political correctness”, mas sim em “correção oração-verde”, fundamentada na verdade, na consciência e na compaixão. Junto com a comunidade jesuíta, afirmou que reconhecer os atos de violência como algo honrável “distorce a história real”.

“Como católicos e seguidores de Cristo, proclamamos a dignidade infinita de toda vida humana. Reconhecemos que a humanidade, capaz de amor e bondade, também pode cometer terríveis males”, disseram em nota conjunta.

Reflexões morais e históricas

A professora de história na Universidade de Dallas, Susan Hanssen, explicou que o massacre de Wounded Knee “foi um evento complexo, com várias narrativas conflitantes”. Ela apontou que registros militares indicam investigações e acusações variáveis, além de rivalidades entre oficiais.

Hanssen também expressou preocupação de que a tentativa de retirar as honrarias dos soldados faz parte de uma campanha maior de revisão cultural, incluindo a destruição de estátuas de figuras históricas como Cristóvão Colombo, George Washington, Thomas Jefferson e Abraham Lincoln.

“Não faz sentido revogar as Medalhas de Honra de mais de um século atrás, especialmente quando nenhuma delas foi retirada desde 1917, quando mais de 900 medalhas foram revogadas após uma revisão geral”, afirmou.

O que significa a lembrança de Wounded Knee para os cristãos

Os líderes religiosos enfatizam a importância de lembrar a história com sinceridade, reconhecendo o sofrimento das vítimas indígenas. “A tradição cristã ensina que a verdadeira vitória não vem através do matar, mas pelo amor, misericórdia e verdade, mesmo em tempos de dor,” afirmaram.

Para eles, negar os fatos históricos apenas perpetua a injustiça e a cegueira moral. Como afirmou Hanssen, “temos responsabilidade moral de conhecer e falar a verdade sobre o passado, mesmo que ele seja doloroso”.

Perspectiva de defesa da memória histórica

O porta-voz da Igreja Católica e estudiosos ressaltem que o entendimento histórico de eventos como Wounded Knee deve ser guiado por princípios de justiça e respeito. O debate reflete o desafio de equilibrar o reconhecimento do sacrifício militar com a compreensão do sofrimento causado à população indígena.

Assumir a verdade e promover o respeito às vítimas indígenas continuam sendo prioridades para as lideranças religiosas e civis na região. O próximo boletim oficial da administração deverá esclarecer os passos futuros sobre a homenagem às ações de 1890.

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