Um avião da United Airlines aparentemente colidiu com um balão meteorológico enquanto sobrevoava Utah a 10.973 metros na semana passada, ocasionando danos significativos em camadas do pára-brisa e levando a um pouso de emergência. O evento repercute a preocupação em torno da segurança aérea e do uso de balões para coleta de dados meteorológicos.
O incidente em detalhes
A aeronave, um Boeing 737 Max que realizava o trajeto Denver a Los Angeles, não perdeu pressão na cabine e conseguiu aterrissar com segurança em Salt Lake City na quinta-feira. A bordo estavam 134 passageiros e seis membros da tripulação. A empresa responsável pelo balão, a Windborne Systems, iniciou uma investigação logo após o National Transportation Safety Board (NTSB) comunicar que iria averiguar a situação.
Reações da Windborne Systems
John Dean, CEO da Windborne, expressou surpresa com a extensão dos danos no pára-brisa da aeronave. Segundo ele, os balões da empresa pesam apenas 1,1 kg no momento da decolagem, utilizando uma bolsa de areia como lastro. O impacto resultou em fragmentos de vidro voando na cabine do piloto, o que preocupou a empresa, que segue todas as diretrizes da Administração Federal de Aviação (FAA) para o tamanho e design de seus balões, que coletam dados para melhorar previsões meteorológicas.
“Considero isso extremamente preocupante e inaceitável em caso de colisão, independentemente das regulamentações oficiais. Isso resultou em lesões a um piloto, algo com o qual não concordo de forma alguma”, afirmou Dean em um post na rede social X.
Implications and Safety Measures
A United Airlines não quis comentar o incidente, direcionando as perguntas ao NTSB, que, devido à atual paralisação do governo, não está respondendo a solicitações. A declaração do NTSB não mencionou qualquer lesão. Embora os dados do voo coincidissem com o último local conhecido de um dos balões da Windborne antes de parar de transmitir, a decisão final sobre as causas do acidente caberá ao NTSB.
A resposta da Windborne e o futuro
A Windborne já lançou mais de 4.000 balões e coordena com a FAA cada lançamento, apresentando notificações para os pilotos e atualizações em tempo real sobre as posições dos balões. Em resposta ao incidente, a empresa fez ajustes em seu software para minimizar o tempo que os balões passam entre 9.144 e 12.192 metros. Além disso, estão sendo estudados diferentes designs de lastro para reduzir a força de possíveis colisões e minimizar o potencial para danos ou ferimentos.
Próximos passos da investigação
Os investigadores do NTSB devem liberar um relatório preliminar nas próximas semanas, mas o relatório completo pode demorar mais de um ano para ser finalizado. Este incidente traz à tona questões críticas sobre a segurança da navegação aérea e o uso de balões meteorológicos, gerando uma reflexão sobre as regulamentações e medidas necessárias para garantir a segurança tanto da aviação quanto do monitoramento climático.
O caso reflete uma preocupação crescente com a coabitação de diferentes veículos aéreos no espaço aéreo e a necessidade de protocolos de segurança mais rigorosos. Enquanto a investigação avança, tanto a United Airlines quanto a Windborne irão se debruçar sobre as lições que podem ser aprendidas para evitar ocorrências semelhantes no futuro.