Brasil, 21 de outubro de 2025
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Trump avalia importar carne da Argentina para enfrentar alta nos EUA

Presidente americano considera comprar carne argentina para reduzir preços nos EUA, gerando reações mistas entre pecuaristas e políticos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está analisando a possibilidade de importar carne bovina da Argentina para conter a alta dos preços no mercado americano. A iniciativa surge em meio a um aumento de cerca de 15% nos preços da carne moída neste ano, atingindo quase US$ 7 por libra, devido a secas, tarifas e redução de rebanhos nos EUA.

Estratégia de Trump para conter os preços da carne

De acordo com Trump, a compra de carne argentina poderia ajudar a aliviar a pressão sobre os preços nos supermercados americanos. “Compraríamos um pouco de carne da Argentina”, afirmou o presidente a jornalistas a bordo do Air Force One no domingo. “Se fizermos isso, os preços da carne cairão.” A medida, que contraria seu tradicional discurso protecionista, evidencia a tentativa de equacionar a crise atual do setor de carne nos EUA.

Reações contrárias na América rural

Entusiastas do setor de pecuária criticaram a proposta de Trump, alegando que ela prejudicará os pecuaristas locais. O deputado Thomas Massie, de Kentucky, afirmou nas redes sociais que “isso não é ‘America first!'”, protestando contra a possível importação de carne argentina, considerada de baixa qualidade. “Não precisamos que os EUA sejam inundados com carne argentina depois que nossos pecuaristas enfrentaram tantas dificuldades”, disse o congressista.

Impactos econômicos e sanitários

Especialistas alertam que a relação comercial entre os dois países é desequilibrada, com os EUA tendo exportado apenas US$ 7 milhões em carne para a Argentina nos últimos cinco anos, enquanto importaram US$ 801 milhões. Além das questões comerciais, há preocupações sanitárias relacionadas ao histórico de febre aftosa na Argentina, que poderia ameaçar o rebanho americano, além de dúvidas sobre a qualidade das carne importada, considerada inferior por alguns produtores

O setor de abate dos EUA também teme que a importação aumente a competição e reduza ainda mais os preços internos. Colin Woodall, diretor executivo da Associação Nacional dos Pecuaristas dos EUA, afirmou que a medida criaria caos em um momento delicado para os produtores americanos.

Contexto político e econômico

A movimentação de Trump faz parte de uma estratégia mais ampla, relacionada às tensões comerciais com países como a China, principal destino das exportações americanas de soja e outros produtos agrícolas. A hipótese de um acordo de livre comércio com a Argentina também está sendo discutida, o que refletiria uma tentativa do governo de fortalecer as relações econômicas na América Latina.

Embora Trump afirme que deseja usar receitas de tarifas para ajudar os agricultores americanos, ainda não há um plano concreto de auxílio ao setor agropecuário diante das dificuldades atuais. A questão da carne argentina, no entanto, revela uma mudança temporária na postura protecionista do presidente, que também busca influenciar a economia e a política regional.

Opiniões e riscos futuros

O interesse de Trump em importar carne da Argentina gera debates acalorados. Enquanto consumidores podem celebrar a possibilidade de preços mais baixos, pecuaristas e políticos de regiões rurais veem a proposta com preocupação. Analistas alertam para os riscos de qualidade sanitária e de desestímulo ao rebanho doméstico, além do impacto econômico a longo prazo.

Mais detalhes sobre a estratégia do governo americano e suas implicações podem ser acompanhados no artigo da GloboNews.

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