A tensão está alta na Faixa de Gaza, onde o cessar-fogo é instável. Na segunda-feira, novas baixas foram registradas após a ação militar israelense, mas o governo recuou no fechamento das passagens de ajuda humanitária. O Hamas avança lentamente com o retorno dos reféns mortos. Delegados do presidente estadunidense Donald Trump estão visitando Israel para pedir a manutenção da paz. O chefe da Casa Branca deixou um aviso claro: “Se violar o acordo, será aniquilado”.
Acordo em jogo
Nesse clima, os Estados Unidos temem uma ruptura do acordo pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que se reúne com enviados estadunidenses, incluindo Steve Witkoff e Jared Kushner, para abordar as fissuras no pacto. A presença do vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, também se faz sentir na região, intensificando as negociações
A trégua, já frágil, é testada diariamente pela violência contínua. O Hamas acusa Israel de violar o cessar-fogo 80 vezes, resultando em um aumento significativo de baixas, com cerca de 100 palestinos mortos desde a assinatura do acordo. O exército israelense, por sua vez, defende suas ações alegando que os ataques foram dirigidos a indivíduos e grupos militantes que ultrapassaram as linhas de retirada das tropas. Na segunda-feira, 21 de outubro, pelo menos quatro palestinos foram mortos, exacerbando as tensões.
Os passos incertos em direção à paz
A esperança surge com a reabertura, pelo governo israelense, das passagens de Kerem Shalom e Kissufim. Esse movimento busca facilitar o trânsito de suprimentos destinados a civis, oferecendo um respiro no clima de hostilidade. No entanto, a devolução, pelo Hamas, do décimo terceiro corpo de um dos reféns traz pouca tranquilidade. Quinze ainda estão desaparecidos, e o governo israelense vê esse atraso como uma traição aos acordos.
O Hamas, por outro lado, expressou a disposição de respeitar os acordos e afirmou que a busca pelos corpos dos reféns, mantidos na Faixa de Gaza, requererá mais tempo e equipamento pesado. Trump, em um tom ameaçador, reforça a necessidade de que o grupo islâmico mantenha os compromissos firmados: “Se violar o cessar-fogo, será aniquilado”. Embora tenha descartado a ideia de enviar tropas americanas para Gaza, ele enfatizou ter o poder de ordenar que o primeiro-ministro israelense rompa o cessar-fogo, permitindo que as Forças de Defesa de Israel eliminem os membros do Hamas.
Mesa diplomática no Egito
Enquanto isso, uma reunião de mediação está em andamento no Cairo, onde uma delegação do Hamas se encontra com mediadores do Catar e do Egito para discutir a continuidade da trégua. Esses encontros também abordam a necessidade de um próximo diálogo interpalestino, com o objetivo declarado de “unificar as facções”. Assim, na mesa, surge a questão “da formação de um comitê de especialistas independentes responsáveis pela gestão da Gaza no pós-guerra”.
A busca por uma solução pacífica na Faixa de Gaza continua a ser um desafio. As tensões permanecem altas, e a fragilidade dos acordos sinaliza que um retorno à paz duradoura está longe de ser alcançado. Com o olhar do mundo voltado para a região, o desenrolar das próximas semanas determinará se a paz será finalmente uma possibilidade ou se as hostilidades voltarão a ganhar força. A diplomacia enfrenta um teste crucial, e a esperança de um futuro melhor para o povo da Gaza pode depender da habilidade dos negociadores em encontrar terreno comum em meio ao caos.
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