Um professor de 54 anos da rede estadual de ensino de Bauru, São Paulo, está sendo investigado por assédio sexual contra pelo menos três alunas. O docente não compareceu, nesta terça-feira (21), à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para prestar depoimento. Segundo informações, seu advogado alegou que o professor tinha um compromisso em outra cidade e, por isso, o depoimento foi reagendado para o dia 4 de novembro.
Desdobramentos do caso
A investigação ganhou mais atenção após o relato de uma estudante de 14 anos, que relatou o episódio de assédio à sua psicóloga durante uma sessão de terapia, ocorrida em 6 de outubro. Na ocasião, a adolescente afirmou que uma colega também testemunhou os abusos. O caso teve início no dia 22 de setembro, quando o professor, segundo as denúncias, tocou em partes do corpo de algumas alunas. Entre as vítimas, uma tinha apenas 11 anos e outra 14, sendo que a suposta conduta inadequada incluiu toques nas nádegas.
Além do professor, o diretor da escola foi intimado a prestar esclarecimentos, mas quem compareceu à DDM foi o vice-diretor, que informou ter seguido o protocolo estipulado pela Secretaria da Educação (Seduc-SP). De acordo com ele, a escola não havia recebido queixas anteriores sobre o docente investigado. O vice-diretor também afirmou que a vítima foi encaminhada para os órgãos de apoio competentes.
Ação da Secretaria da Educação
Após o relato da vítima, a mãe da adolescente procurou a diretoria da escola. Inicialmente, a direção informou que não poderia afastar o professor nem fornecer dados para a formalização da ocorrência. Com a situação ganha contornos mais sérios, um boletim de ocorrência foi registrado, e um inquérito foi aberto na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em 15 de outubro.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo repudiou “veementemente todo e qualquer ato de importunação sexual, dentro ou fora do ambiente escolar”. A instituição anunciou que o professor será afastado durante o processo de apuração preliminar, que pode resultar em sanções administrativas, incluindo a exoneração do cargo.
Apoio às vítimas
A Seduc-SP informou que a estudante está recebendo acompanhamento por meio do programa “Psicólogos nas Escolas” e do “Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar” (Conviva SP). Para além do apoio psicológico, a Secretaria planeja realizar ações educativas com toda a comunidade escolar, buscando uma maior conscientização sobre a prevenção ao assédio no ambiente educacional.
O caso traz à tona a importância de um olhar atento e responsável sobre a segurança e bem-estar dos alunos, ressaltando a necessidade de estruturas que acolham e protejam as vítimas de assédio e abuso. A comunidade escolar e as instituições de ensino têm papel fundamental na construção de um ambiente seguro e de respeito, onde os direitos dos alunos sejam assegurados.
Por fim, a direção da Unidade Regional de Ensino de Bauru se declarou à disposição da comunidade para quaisquer esclarecimentos adicionais sobre o caso.