Brasil, 21 de outubro de 2025
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O uso da palavra “sick” por Trump revela mais do que ele imagina

O presidente Donald Trump tem uma longa história de utilizar palavras específicas, como “sick”, para descrever adversários, apoiando uma visão de mundo que reforça a polarização e a desumanização. Essa estratégia linguística vai além do simples insulto, apontam especialistas em comunicação e psicologia.

O significado psicológico por trás da escolha de “sick”

Especialistas explicam que a palavra “sick”, usada repetidamente por Trump, não é apenas uma expressão de antipatia, mas um reflexo de uma visão de mundo que categoriza pessoas como “normais” ou “anormais”.

“Quando alguém usa ‘sick’ como insulto recorrente, muitas vezes está refletindo uma perspectiva que rotula o outro como defeituoso ou errado”, explica Hallie Kritsas, terapeuta da Thriveworks. “Essa escolha revela uma dificuldade em lidar com emoções complexas e uma preferência por simplificar relações humanas em categorias de ‘bem ou mal’.”

Relação com a intolerância e a projeção emocional

A tendência de usar “sick” indica uma incapacidade de tolerar ambiguidade ou conflitos difíceis. Segundo Kritsas, o uso frequente dessa palavra também pode indicar uma tentativa de “outro” aquilo que é desconhecido ou não compreendido, criando uma distância emocional.

Manahil Riaz acrescenta que, ao rotular alguém como “sick” sem explicar, Trump projeta uma visão de que certas pessoas ou ideias são perigosas ou incapazes de serem compreendidas, alimentando uma postura de intolerância e falta de empatia.

Implicações do uso de “sick” por uma autoridade

O uso constante de “sick” por uma figura de poder serve como uma ferramenta de descredibilização rápida, que desumaniza rivais políticos, jornalistas ou opositores. Kritsas explica que essa estratégia não só enfraquece debates família e deixa na sombra questões complexas, mas também fortalece um clima de medo e julgamento.

“Rotular os adversários como ‘sick’ diminui sua humanidade e estimula uma dinâmica de ‘nós contra eles’, reforçando a lealdade na base aliada”, afirma Kritsas. Essa tática favorece uma narrativa de liderança forte, que se coloca como única capaz de proteger o povo de ameaças percebidas.

O efeito da linguagem na polarização social

Daniel Midgley diz que usar “sick” como metáfora de contágio alimenta uma ideologia de fechamento e isolamento, onde ideias contrárias são vistas como perigosas ou contaminantes. Assim, a sociedade pode se dividir em bolhas ideológicas cada vez mais isoladas.

“Ao associar opiniões divergentes a doenças, a retórica exclusivista limita o diálogo e aumenta a polarização”, explica Midgley. Essa postura dificulta a convivência democrática e o entendimento mútuo, empurrando a sociedade para o radicalismo.

Impacto na sociedade e nos indivíduos

De acordo com Kritsas, o uso frequente de “sick” por figuras públicas legitima uma linguagem desrespeitosa, contribuindo para uma cultura de desumanização. Isso reforça a ideia de que o oponente é não apenas diferente, mas perigoso ou quebrado, o que pode alimentar o ódio, o racismo e a intolerância generalizada.

Riaz analisa que esse tipo de discurso cria um ambiente propício ao bullying social e à violência simbólica, afetando crianças, jovens e adultos, que aprendem a resolver conflitos por meio da condenação e do rótulo, e não do diálogo.

Conclusão: Uma ferramenta de poder e controle

O uso repetido de “sick” por Trump não é apenas uma escolha lexica, mas uma estratégia que fortalece seu controle sobre a narrativa pública. Kel também revela uma visão de mundo rígida e polarizadora, que promove a desumanização do adversário como forma de consolidar o apoio. Esse padrão de linguagem pode ter profundas consequências sociais, contribuindo para a manutenção de uma cultura de intolerância e divisão.

Especialistas alertam que a linguagem utilizada por líderes de destaque influencia significativamente a forma como a sociedade enxerga o outro, e que o combate a esse tipo de discurso é essencial para fortalecer o debate democrático e o entendimento mútuo.

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