Brasil, 21 de outubro de 2025
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Mercados emergentes vivem momento ‘Goldilocks’, balanço ideal para investidores

Estamos em um cenário de equilíbrio nos mercados emergentes, com altas expressivas e atração de investimentos externos.

Os mercados emergentes atravessam uma fase considerada ‘Goldilocks’, termo usado para descrever um momento de equilíbrio perfeito, semelhante à personagem dos contos infantis. Segundo análise de investidores e especialistas, ações e títulos desses países vivem uma fase de ‘na medida certa’, com desempenho recorde neste ano.

Desempenho recorde e influência externa

De janeiro a agosto de 2025, o índice do Morgan Stanley que acompanha os mercados emergentes apresentou uma alta de 28%, o melhor resultado em 15 anos. Em comparação, o índice de mercados desenvolvidos cresceu menos de 17% no mesmo período, enquanto o indicador do JPMorgan para títulos públicos emitidos por países em desenvolvimento subiu cerca de 16%.

Segundo o estrategista macro da XP Investimentos, Victor Scalet, esse protagonismo, embora eficiente, não é dominado pelos emergentes, cuja força vem, na verdade, dos Estados Unidos. “Desde a eleição de Donald Trump até o que ele chamou de ‘Dia da Libertação’, percebemos que os EUA estimulavam a produção doméstica e a fortalecimento do dólar, o que impactou o fluxo internacional de capitais”, explica.

Transformação do cenário após o ‘Dia da Libertação’

Contudo, as expectativas de fortalecimento do dólar se inverteram após os anúncios feitos por Trump em abril de 2025. Investidores passaram a retirar recursos dos EUA e migrar para países emergentes, impulsionados pela percepção de que essas economias também apresentavam boas perspectivas de crescimento.

Caio Megale, economista-chefe da XP, pontua que essa mudança ocorreu de duas formas. “No primeiro semestre, a volatilidade de Trump e a preocupação com o Federal Reserve criaram incertezas, levando investidores a transferirem dólares para mercados emergentes”, destaca. Esse movimento se intensificou após crise na Europa e Japão, com o risco global se redistribuindo.

Impacto dos juros e cenário externo

Com o início do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve, a entrada de capitais em países emergentes se ampliou ainda mais. Bancos centrais de economias como Brasil e África do Sul permanecem cautelosos, mantendo taxas altas para atrair recursos estrangeiros, além de títulos asiáticos como Tailândia e Malásia se manterem atrativos devido à inflação controlada.

Para Scalet, o Brasil destacou-se como um dos melhores países para operações de carry trade, estratégia que lucra com a diferença de juros entre nações. “O real acompanha de perto a tendência geral de moedas emergentes, se valorizando com o dólar fraco e juros elevados em torno de 15%”, afirma.

Risco, estabilidade e futuro do Brasil

Apesar do cenário favorável, especialistas alertam que a dependência do dólar e as questões fiscais internas representam riscos. Contudo, eles acreditam que, por ora, não há sinais de uma reversão rápida na dinâmica do mercado brasileiro, mesmo com os desafios domésticos.

Segundo Victor Scalet, a conjuntura externa tão positiva sustenta esse momento. “A dinâmica dos ativos internacionais e a estabilidade relativa do dólar mantêm o Brasil em uma posição de vantagem, embora seja importante monitorar os fatores fiscais e políticos”, conclui.

Para mais detalhes, confira a análise completa em este link.

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