Brasil, 21 de outubro de 2025
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Louvre sofre roubo de joia de Eugénie, símbolo de fé e história francesa

Quadrilha armada invade museu em Paris e leva relicário de Eugénie, celebrando a fé devota da imperatriz francesa

O Museu do Louvre, em París, foi palco de um roubo cuidadosamente planejado na manhã de domingo, 19 de outubro, quando quatro homens encapuzados invadiram a Galeria d’Apollon e furtaram oito joias de valor inestimável, incluindo o relicário de Eugénie, esposa de Napoleão III. A ação rápida ocorreu na zona central do museu, perto do Sena, e resultou na fuga dos criminosos em poucos minutos.

Detalhes do roubo e itens levados

Os assaltantes chegaram em uma caminhonete estacionada na Quai François Mitterrand, na margem do rio Sena, utilizando uma plataforma elevatória para acessar uma janela do primeiro andar, de onde invadiram a galeria. Uma das joias, a tiara de Eugénie, foi encontrada destruída nas proximidades, enquanto os ladrões permanecem foragidos. Entre as peças roubadas, destaca-se o relicário, uma joia criada em 1855 pelo joalheiro da corte, Paul Alfred Bapst, composta por 94 diamantes e histórica por integrar peças de significância real desde o século XVII.

Significado histórico e cultural do relicário

O relicário de Eugénie, que desde 1887 é chamado de “reliquaire”, carrega uma simbologia religiosa e imperial. Apesar de não conter uma relíquia visível, sua possibilidade de ser desmontado sugere que poderia acomodar um objeto sagrado, refletindo a profunda devoção da imperatriz. A peça contém diamantes lendários, como os Mazarin — um conjunto de 18 pedras do século XVII, doadas a Luís XIV por Cardeal Mazarin, além de um diamante que foi parte de um uniforme do Rei Sol e, posteriormente, usado por Maria Antonieta.

Reações e preocupações

Especialistas, como o historiador Éric Anceau, classificaram o roubo como “uma tragédia para o patrimônio francês”. O presidente da associação Herança, Sites et Monuments, alertou que as joias provavelmente serão desmembradas e vendidas no mercado negro, ameaçando a integridade histórica do conjunto. A reputação de Eugénie como uma rainha devota e filantrópica também foi ressaltada, destacando seu papel na Igreja e sua vida de fé, marcada pelo envio de uma Rosa de Ouro pelo Papa Pio IX e suas ações solidárias durante epidemias e desastres.

Investigações e pistas

As autoridades francesas abriram uma investigação sob suspeita de roubo organizado e conspiração criminosa, liderada pela Brigada de Crimes de Paris, com cerca de 60 investigadores atuando na apuração do caso. Uma pista importante foi descoberta no dia 21 de outubro: o elevador de móveis utilizado no furto foi rastreado até um roubo de veículo na cidade de Louvres, onde suspeitos armados teriam tomado a força a máquina após uma ameaçada a um funcionário nove dias antes do crime.

Posteriormente, os investigadores identificaram alterações na placa do veículo e sinais de manipulação na plataforma, além de vários objetos deixados pelos criminosos, como ferramentas e gasolina, apontando para uma operação deliberada e bem planejada. As investigações continuam em andamento na busca pelos responsáveis e pelos itens roubados, que representam um legado cultural e religioso de séculos de história francesa.

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