Brasil, 21 de outubro de 2025
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Exploração de petróleo na Amazônia gera polêmica e debates ambientais

Perfuração no mar da Amazônia enfrenta críticas, questões técnicas e impacto ambiental, complicando a imagem do Brasil na COP

A exploração de petróleo no mar da Amazônia continua gerando controvérsia entre autoridades, ambientalistas e a sociedade civil. Recentemente, a Petrobras recebeu a licença do Ibama para realizar perfurações na região, mas a decisão provoca ressurgimento de dúvidas sobre os riscos ambientais e o impacto na biodiversidade única da área.

Melhorias na preparação para desastres ambientais

De acordo com Magda Chambriard, presidente da Petrobras, o projeto de ações em caso de vazamentos foi amplamente aprimorado, incluindo um centro de atendimento em Oiapoque, que substituiu a base de Belém, e testes realizados em uma estrutura considerada “robusta”. O centro foi testado por quatro dias, simulando emergências, como a perda de contato com a sonda, reforçando a capacidade de resposta da estatal.

Pontos frágeis na questão técnica e ambiental

Apesar das melhorias, especialistas como Suely Araújo, ex-presidente do Ibama, alertam que o modelo de dispersão do óleo divulgado pela Petrobras está desatualizado. Ela critica o fato de o relatório anual solicitar uma nova modelagem de dispersão, usando dados antigos, o que compromete a avaliação de riscos reais. A área da Foz do Amazonas é ecologicamente delicada, com forte presença de correntes marítimas e uma biodiversidade pouco estudada, próxima ao Grande Sistema Recifal Amazônico.

Repercussão política e ambiental

O momento da liberação ocorre às vésperas da COP, conferência global de mudanças climáticas, em que o Brasil tenta projetar uma imagem de liderança ambiental. A entrada de organizações como o Observatório do Clima na Justiça contra a exploração petrolífera mostra a preocupação quanto ao impacto ecológico e às falhas técnicas apontadas.

Perspectivas futuras para a exploração

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou que a licença garante perfurações iniciais, que podem levar uma década para se transformar em produção, caso haja descoberta de petróleo. Ainda assim, ele ressaltou que novas autorizações serão necessárias para explorar e produzir o óleo, reforçando o caráter regulatório do processo.

Implicações ambientais e tecnológicas

Apesar do reforço na segurança, especialistas como Márcio Astrini veem a exploração como um movimento preocupante, que pode prejudicar a imagem do Brasil na luta global contra as mudanças climáticas. A área, próxima ao bloco 59 da Petrobras, possui potencial para recuperar mais de 6,2 bilhões de barris de petróleo, o que equivale a mais da metade das reservas atuais da estatal, segundo informações obtidas na imprensa.

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