Nos últimos dias, o Tesouro dos Estados Unidos intensificou suas ações no mercado cambial da Argentina, vendendo dólares e formando linhas de apoio financeiro para estabilizar o peso argentino. Essas medidas visam evitar uma desvalorização acentuada da moeda, que atingiu recentemente seu teto na faixa de flutuação diária.
Intervenções do Tesouro dos EUA na Argentina
Na terça-feira, o Tesouro americano vendeu cerca de US$ 45,5 milhões, além de manter uma linha de swap cambial de US$ 20 bilhões com o Banco Central argentino, conforme informações de pessoas próximas às negociações. Essas ações fazem parte de uma estratégia mais ampla do secretário Scott Bessent para ajudar na estabilização econômica do país, que enfrenta forte pressão cambial.
Estratégia de estabilização antes das eleições
Segundo Bessent, o acordo de estabilização não é um resgate, mas uma ponte para um futuro econômico mais sólido para a Argentina. O governo argentino, que removeu controles cambiais em abril, permite que o peso seja negociado dentro de uma faixa que se expande diariamente. As vendas de dólares pelo Tesouro têm como objetivo manter o peso próximo ao topo dessa faixa, que nesta terça-feira atingiu 1491,07 pesos por dólar.
Contexto político e econômico na Argentina
As ações do Tesouro norte-americano fazem parte de uma estratégia mais ampla, liderada pelo secretário Bessent, para estabilizar a moeda antes das eleições de meio de mandato no domingo, que têm grande repercussão no mercado financeiro. Bessent revelou, nas últimas semanas, que os EUA realizaram compras de pesos tanto no mercado à vista quanto no mercado paralelo de “blue-chip swap”.
Donald Trump participou de um encontro com o candidato Javier Milei na Casa Branca em 14 de outubro, condicionando possíveis ajudas financeiras à vitória do partido de Milei nas eleições. Enquanto isso, o Banco Central argentino continuou vendendo dólares, tendo estimado vendas superiores a US$ 200 milhões na última semana para conter a desvalorização.
Perspectivas futuras
Analistas avaliam que as ações coordenadas entre o Tesouro e o Banco Central americanos podem influenciar positivamente a estabilidade cambial na Argentina, especialmente em um período de grande volatilidade política. Autoridades argentinas, por sua vez, permanecem em silêncio quanto às próximas medidas específicas. O mercado monitora atento ao comportamento do peso antes do domingo eleitoral, aguardando novos sinais de intervenção.
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