O IV Congresso Brasileiro de Humanismo Solidário na Ciência, realizado entre os dias 15 e 17 de outubro, trouxe à tona importantes reflexões sobre o papel da ética e da esperança cristã em um mundo cada vez mais dominado pelas novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial. Promovido pela Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC), em parceria com a Comissão Episcopal-Pastoral para a Cultura e Educação da CNBB e a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), o evento contou com a participação de pesquisadores, docentes e estudantes de todo o Brasil.
Um evento de grande relevância
A cerimônia de abertura foi marcada pela presença de autoridades e representantes do mundo acadêmico, como dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia, que enalteceu a importância do diálogo entre fé e conhecimento. “O humanismo solidário representa a perspectiva antropológica da Igreja, através da qual enxergamos o ser humano à luz da fé”, afirmou o arcebispo.
O congresso foi particularmente significativo, integrando a programação do XI Congresso de Ciência, Tecnologia e Inovação da PUC Goiás. Com 64 trabalhos apresentados, 125 autores e cerca de 600 inscritos, esta edição se destacou como uma das mais representativas do evento.
Ética e esperança na era digital
Durante as discussões, ficou evidente a necessidade de abordar questões éticas associadas à inteligência artificial. A professora Sumaia Midlej, presidente do Congresso, enfatizou a urgência de discutir como o humanismo cristão pode guiar o uso dessas tecnologias. “A popularização das inteligências artificiais oferece grandes oportunidades, mas também traz desafios éticos. Precisamos contemplar como podemos utilizar essas inovações em favor da dignidade humana e da fraternidade”, ressaltou.
A pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da PUC Goiás, professora Priscila Valverde, reforçou a importância do debate sobre a tecnologia sob a perspectiva do humanismo: “Conferências como esta são essenciais para alicerçar o futuro da ciência e da sociedade”, comentou, destacando o papel da universidade na promoção do diálogo entre fé, razão e ciência.
Um espaço de diálogo
O Congresso Brasileiro de Humanismo Solidário na Ciência se concentrou na promoção de um espaço de diálogo entre fé, razão e cultura, consolidando-se como uma plataforma onde as questões contemporâneas podem ser debatidas de forma integrativa. As edições anteriores do congresso ocorreram em locais como a PUC-Rio e a Universidade Católica de Salvador, demonstrando um compromisso contínuo com a inclusão do humanismo cristão em diversas áreas do conhecimento.
O professor Tiago de Freitas Paulino, presidente da SBCC, destacou a relevância de uma visão cristã e humanista em todos os campos do saber: “Pensar a ciência a partir do humanismo solidário é entender que o conhecimento deve servir à vida e à dignidade de todas as pessoas”, afirmou.
Reestruturação e novos objetivos
Durante o evento, a SBCC realizou sua Assembleia Geral Ordinária, com diversas deliberações, como a reforma do Estatuto Social e a escolha de novos vice-presidentes. A eleição do professor Everton Oliveira para Vice-Presidência Científica e do padre Danilo Pinto dos Santos para a Vice-Presidência Teológico-Pastoral sinaliza uma renovação nas lideranças da entidade. Além disso, foram instituídos representantes regionais e novos comitês de pesquisa, reafirmando a missão da SBCC de fomentar um encontro profícuo entre fé e razão, ciência e espiritualidade.
O IV Congresso reforçou que o humanismo cristão continua sendo um caminho seguro para reflexões sobre ciência como um serviço à vida, à solidariedade e à esperança. O evento, ao reunir cientistas católicos, professores e estudantes, testemunhou o compromisso contínuo do meio acadêmico em buscar uma ética que esteja alinhada com a dignidade humana.
Fonte: Assessoria de Comunicação da SBCC
