O Bispo de Bafatá, Dom Victor Luís Quimatcha, fez um apelo à paz e ao diálogo nas eleições legislativas e presidenciais que ocorrerão em novembro, ressaltando a necessidade de que este momento seja visto como “uma verdadeira festa da democracia, e não um motivo de violência ou divisão”. A declaração de Dom Victor surge em um contexto de crescente tensão política na Guiné-Bissau, onde o processo eleitoral está repleto de desafios e conflitos.
A importância do entendimento na democracia
Em suas declarações, o bispo enfatizou que “o entendimento entre os guineenses é a única via para garantir eleições pacíficas e justas”. Ele alertou para os riscos da luta pelo poder que, segundo ele, não deve gerar divisões entre os cidadãos. “Quem deve julgar é o povo, por meio do voto”, ressaltou, referindo-se ao impedimento de alguns candidatos e partidos de participar das eleições.
A situação atual gera incertezas no país, e a mensagem de Dom Victor visa promover um clima de paz e colaboração entre todos os setores da sociedade, fundamentais para o fortalecimento da democracia e da cidadania. As suas palavras são um lembrete sobre a responsabilidade de cada cidadão na construção de um futuro melhor.
Um apelo à ação consciente
Dom Victor Quimatcha também incentivou todos os intervenientes do processo eleitoral, especialmente os cristãos, a agir com consciência e segundo a vontade de Deus. “Coloquem o bem-estar da população acima de interesses pessoais ou partidários”, exortou. Essa abordagem ética é essencial para que as eleições sejam um reflexo da verdadeira vontade popular.
Além disso, o bispo ilustrou a importância da inclusão dos cidadãos nas decisões que os afetam, realçando que as vozes da população não devem ser silenciadas. “As eleições não são apenas um momento de escolher representantes, mas um espaço para que a sociedade se expresse e participe ativamente do seu próprio destino”, disse.
A Igreja e a crise política
Questionado sobre a postura da Igreja relativamente à crise política, Dom Victor explicou que a instituição não está alheia à situação. Conforme o bispo, a Igreja tem mantido uma postura de prudência, mas, ao mesmo tempo, durante suas homilias, vem reforçando “a necessidade de diálogo, paz e a rejeição de qualquer forma de violência”. Essa abordagem busca garantir um ambiente pacífico e inclusivo para todas as partes envolvidas no processo eleitoral.
O cenário tem sido desafiador, e os líderes religiosos de diversas confissões têm adotado uma postura de reserva pública diante das tensões políticas que a Guiné-Bissau enfrenta. No entanto, a mensagem de Dom Victor e de outros líderes religiosos tem como objetivo diminuir a polarização e incentivar a união entre os cidadãos.
A expectativa para as eleições de novembro
Com as eleições se aproximando, a expectativa é que as mensagens de paz e diálogo sejam ouvidas e postas em prática pela população e pelos líderes do país. Em um momento de incerteza, a esperança é que todos trabalhem em conjunto para que o processo eleitoral transcorra de forma justa e pacífica, refletindo a verdadeira vontade da sociedade guineense.
Dom Victor Quimatcha concluiu ressaltando que “a verdadeira transformação na sociedade se dá por meio do respeito mútuo e da colaboração”. A Igreja, assim, permanece comprometida em promover a paz e a reconciliação, contribuindo para um ambiente que encoraje a participação cidadã e a construção de um futuro mais harmonioso para a Guiné-Bissau.