O lateral-direito e zagueiro Danilo, do Flamengo, tem se mostrado otimista quanto às chances do Brasil na Copa do Mundo de 2026, mas também destaca as seleções da França e Argentina como as grandes favoritas para o torneio. Em entrevista à La Gazzetta dello Sport, ele também comentou sobre as dificuldades enfrentadas pela Seleção Brasileira desde a Copa do Mundo no Catar e a importância de resgatar a essência do futebol brasileiro.
O cenário do Brasil e a pressão por resultados
Danilo reconhecer que o Brasil vive um ciclo tumultuado após a última Copa do Mundo, mas acredita que a experiência pode servir como aprendizado. “Depois da Copa do Mundo no Catar, tivemos muitos problemas fora de campo que influenciaram resultados e desempenho”, disse. Ele acrescenta que, mesmo diante das dificuldades, o respeito pelo Brasil ainda é forte, e que a história do país no futebol não pode ser desconsiderada. “O importante é chegar bem, preparados e unidos. Se houver boa energia e a magia acontecer… no fim são só oito jogos”, completou.
Com uma visão clara sobre as mudanças no futebol moderno, o jogador comentou que a seleção brasileira levou tempo para se adaptar ao novo cenário, no qual a força física e a tática têm se tornado fundamentais. “Depois, para recuperar, tentamos copiar o modelo europeu, mudando completamente nossa maneira de ver e jogar futebol”, explicou Danilo.
A essência do futebol brasileiro
Uma das principais preocupações expressas por Danilo é a forma como o futebol tem se tornado um “negócio” e como isso afeta o desenvolvimento dos jovens talentos. “Meu filho João tem seis anos e está em uma escolinha: querem que os meninos mantenham posição, toquem duas vezes na bola, mas como assim vão desenvolver talento desse jeito?”, questionou. Para ele, é fundamental permitir que as crianças se divirtam, improvizem e desenvolvam suas habilidades naturais antes de serem inseridas em sistemas táticos rígidos.
“Talvez aos 11 ou 12 anos se comece com os sistemas táticos, mas antes é preciso cultivar a criatividade, não prendê-los nesse esquema tão rígido”, enfatizou o jogador.
A nova geração: Lamine Yamal e Neymar
Quando o assunto foi a nova geração de jogadores, Danilo não poupou elogios ao jovem talento espanhol Lamine Yamal, do Barcelona. “Joguei contra ele no Bernabéu no ano passado. Nunca o tinha visto de perto e me impressionou ainda mais do que na TV”, revelou. No entanto, ele também pediu paciência com o jovem jogador, que tem enfrentado a pressão de ser destaque em um dos maiores clubes do mundo desde uma idade tão tenra.
Além de comentar sobre Yamal, Danilo também falou sobre Neymar, com quem compartilhou momentos marcantes na trajetória profissional e que, assim como Yamal, precisa de apoio durante sua jornada no futebol.
Os planos futuros de Danilo
Sobre seus planos pessoais, Danilo revelou que pretende continuar jogando futebol mais alguns anos, mas já está pensando em seu futuro. “Quero jogar mais uns dois anos. Estou estudando jornalismo online e, quando parar, quero cursar psicologia presencialmente”, contou. Além disso, ele manifestou o desejo de permanecer no ambiente do futebol, embora tenha consciência de que o papel de treinador pode ser muito estressante.
Com uma carreira repleta de conquistas e experiências, Danilo traz uma perspectiva valiosa sobre os desafios e oportunidades que o futebol brasileiro enfrenta. Como um atleta respeitado e experiente, suas palavras ressoam com a importância de encontrar um equilíbrio entre o profissionalismo e a paixão que fez do futebol um dos esportes mais amados no Brasil.
O próximo desafio de Danilo será na partida contra o Racing, marcada para esta quarta-feira (22), às 21h30, no Maracanã, pelas semifinais da Copa Libertadores, um momento importante na busca por novas conquistas.
