Você conhece? Sabe do que se trata? Sabia que os Presbiterianos possuem seu corolário estrutural em termos de arcabouço sistemático teológico? Pois é. A notável e histórica “Assembleia de Teólogos Sábios e Eruditos” foi convocada em 12 de junho de 1643 pelo Parlamento da Inglaterra para estabelecer a doutrina da Igreja em oposição ao arminianismo, para discutir também o Governo e a Liturgia da Igreja e para defender o ensino da Igreja. A primeira sessão ocorreu no dia 1o de julho de 1643 e reuniu 121 teólogos na Abadia de Westminster, em Londres. A promulgação e adoção da Confissão de Fé foi um marco não apenas para as igrejas da Inglaterra e da Escócia, mas para todo o Cristianismo Reformado.
A Igreja Presbiteriana é confessional, identifica-se pela aceitação e defesa de seus símbolos de fé e, ao fazê-lo, propaga a melhor sistematização de teologia já produzida em todos os tempos. Especialmente em dias como os de hoje, quando “ventos de doutrina” sopram de todos os lados, a firmeza doutrinária histórica será um elemento importante para a sobrevivência das Igrejas de origem Reformada e, melhor ainda, será também a contribuição delas para grupos novos que vão surgindo sem o mesmo embasamento na Palavra de Deus, nossa Regra Única e Infalível de Fé e de Prática. A Confissão de Fé de Westminster, porém, não tenciona congelar-nos no passado nem inutilizar nossa capacidade de raciocínio e reflexão. Como fruto das lutas dos cristãos reformados contra os erros do seu tempo, ela nos desafia e estimula a pensarmos profundamente nossa época e a buscarmos nas Escrituras as respostas para as urgentes questões que enfrentamos.
Você sabe também que a Igreja Presbiteriana possui seus catecismos? Em teologia, um “corolário de fé” refere-se a uma consequência lógica ou uma dedução que segue diretamente de um princípio fundamental da crença. No contexto Presbiteriano, as crenças-chave derivam da teologia reformada de João Calvino e são detalhadas em documentos como a Confissão de Fé de Westminster e os seus catecismos. Assim, o que se entende por “corolário de fé presbiteriano” é a aplicação prática e as implicações que decorrem diretamente das seguintes doutrinas fundamentais: Soberania de Deus: o princípio central do Presbiterianismo é a crença na soberania absoluta de Deus sobre todas as coisas. Corolário: a salvação e o destino da humanidade dependem inteiramente da vontade e da graça de Deus, e não do mérito humano. Isso leva à doutrina da predestinação. Autoridade da Escritura (Sola Scriptura): aBíblia é a única e suprema autoridade para a fé e a prática.Corolário: a doutrina e a moral cristã são extraídas exclusivamente das Escrituras, e não de tradições ou dogmas não bíblicos. Justificação pela Graça Somente(Sola Gratia): a salvação não é conquistada por boas obras, mas é um dom imerecido de Deus. Corolário: as boas obras não salvam, mas são uma evidência da fé genuína e da gratidão a Deus pela salvação já recebida. Sacerdócio de Todos os Crentes: todo crente tem acesso direto a Deus por meio de Jesus Cristo, sem a necessidade de um mediador humano. Corolário: isso influencia a governança da igreja, que é liderada por presbíteros (anciãos) eleitos tanto do clero quanto da congregação leiga, refletindo a participação de todos os crentes na vida da igreja. Aliança da Graça: a teologia presbiteriana vê a história da redenção como um pacto de graça entre Deus e seu povo, manifestado na Antigo e no Novo Testamento. Corolário: Os filhos dos crentes são incluídos na aliança de Deus por meio do batismo infantil, seguindo o padrão do pacto com Abraão.
A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) adota como símbolos de fé a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior de Westminster e o Breve Catecismo de Westminster. A Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática, mas esses documentos são considerados a exposição sistemática das doutrinas bíblicas.
Por Josenildo Melo