Na tarde desta terça-feira (21), a Polícia Civil da Bahia prendeu um homem suspeito de ser o mandante do sequestro e assassinato de três jovens em Anguera, município localizado a cerca de 40 km de Feira de Santana. Segundo informações do delegado José Marcos Rios, responsável pela investigação, o indivíduo se apresentou à polícia acompanhado de advogados, momento em que o mandado de prisão preventiva foi cumprido. Embora seu nome não tenha sido divulgado, ele é descrito como um dos líderes do tráfico de drogas na região de Anguera.
A descoberta dos corpos e a repercussão do caso
As vítimas, identificadas como Carol Ferreira Rodrigues, de 21 anos, e Rafaela Carvalho Silva, de 15 anos, desapareceram no dia 6 de outubro. Elas tinham avisado às famílias que iriam buscar roupas na zona rural do município, mas não retornaram. Dez dias depois, os corpos das jovens foram encontrados em uma área de mata da localidade. O terceiro corpo, que ainda não foi oficialmente identificado, é suspeito de ser de Letícia Araújo Rodrigues, de 22 anos.
De acordo com o Departamento de Polícia Técnica (DPT), a identificação foi confirmada no dia seguinte ao achado dos corpos. As investigações indicam que o crime está relacionado a disputas entre grupos de tráfico de drogas na região, o que potencializa a tensão local e gera preocupação entre os moradores.
Avanços nas investigações e prisões relacionadas
Com a prisão do suspeito, o número de detidos envolvidos no caso chega a dez pessoas, além de um adolescente que também foi apreendido. Desses, nove estão diretamente ligados ao triplo homicídio, enquanto dois têm vínculos com o tráfico de drogas e organizações criminosas. O delegado José Marcos Rios ressalta que as apurações continuam, com novas prisões sendo realizadas ao longo do processo investigativo.
No dia anterior à prisão do chefe do tráfico, outro homem que também ocupa um papel significativo na hierarquia do tráfico de drogas da região foi encontrado. Ele estava foragido desde 2019 e respondia a três mandados de prisão por homicídio e tráfico. A polícia o localizou em um bairro da capital baiana, onde foi encontrado com porções de crack, maconha e cocaína, resultando em sua detenção em flagrante.
Elementos de ocultação dos corpos e investigações abertas
As equipes da Polícia Civil encontraram materiais que, segundo as investigações, foram usados para ocultar os corpos das jovens, incluindo pás, picaretas e sacos de cal, substância que pode disfarçar o odor e acelerar a decomposição. Isso revela a brutalidade do crime e levanta a suspeita de que as vítimas possam ter sido alvo de um planejamento minucioso por parte dos envolvidos.
Além da coleta de evidências físicas, a polícia também investiga o histórico de relacionamentos das vítimas. No ex-namorado de Letícia, por exemplo, foram encontradas tranças de cabelo, roupas e um celular quebrado, que será analisado pelo DPT. A investigação já resultou em várias prisões e apreensões desde o início do caso, com líderes criminosos sendo cada vez mais expostos.
Possíveis motivações e dinâmicas do crime
Uma das linhas de investigação aponta que o assassinato das jovens pode estar vinculado a um conflito entre facções de tráfico de drogas. O delegado Yves Correia, diretor regional do Interior Leste (Dirpin), sugere que além das disputas ligadas ao tráfico, os relacionamentos das vítimas com membros de facções rival podem ter influenciado o desenrolar do crime. “Há informações de que elas tinham relação com um grupo de indivíduos e, de alguma forma, se envolveram com pessoas de um grupo rival”, explicou Correia durante coletiva de imprensa.
Este caso trágico não só impacta as famílias das vítimas, mas também atende uma demanda de segurança pública na região, levantando discussões sobre a atuação de organizações criminosas e o problema do tráfico de drogas na Bahia. A Polícia Civil continua as investigações para esclarecer as motivações e a dinâmica por trás destes crimes brutais, buscando trazer justiça para as vítimas e suas famílias.
Em meio à crescente violência associada ao tráfico de drogas, a sociedade civil e as autoridades buscam formas de contornar essas trágicas situações, promovendo ações de prevenção e apoio às comunidades afetadas.
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