O caso de envenenamento que chocou a cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, ganhou novos desdobramentos. Francisco de Assis Pereira da Costa e Silva e Maria dos Aflitos Silva, o casal acusado de envenenar dez pessoas, incluindo familiares e uma vizinha, terão seu julgamento realizado pelo Tribunal do Júri. A decisão foi anunciada na última terça-feira, 21.
O envenenamento de uma família inteira
Os réus enfrentam acusações sérias de terem provocado a morte de oito familiares e uma vizinha. Das dez pessoas inicialmente envenenadas, apenas duas sobreviveram. Os crimes atribuídos a Francisco e a Maria englobam cinco homicídios qualificados e três tentativas de homicídio, com os réus permanecendo sob custódia desde janeiro deste ano.
“Há prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, razão pela qual deve o feito ser submetido ao Tribunal do Júri, órgão competente para julgar os crimes dolosos contra a vida”, afirma o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba, Willmann Izac Ramos Santos, em seu despacho.
Detalhes sobre as vítimas e as circunstâncias dos crimes
Entre as vítimas estão crianças e adultos que pertencem diretamente à família de Maria dos Aflitos e Francisco de Assis. A lista inclui:
- Manoel Leandro da Silva, 18 anos – morto
- Francisca Maria da Silva, 32 anos – morta
- Ulisses Gabriel da Silva, 8 anos – morto
- João Miguel da Silva, 7 anos – morto
- Maria Gabriela da Silva, 4 anos – morta
- Lauane da Silva, 3 anos – morta
- Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses – morto
- Maria Jocilene da Silva, 32 anos (ex-nora) – faleceu após suspeita de envenenamento
- Uma adolescente de 17 anos – recebeu alta
- Um menino de 11 anos (filho de Jocilene) – recebeu alta
A primeira internação dos meninos Ulisses e João Miguel ocorreu em agosto de 2024, com suspeitas de envenenamento. Enquanto João faleceu rapidamente, Ulisses sucumbiu à doença em setembro do mesmo ano.
Investigação e prisão dos réus
O caso do envenenamento se complicou ainda mais quando a polícia inicialmente considerou Lucélia Maria, a vizinha da família, como principal suspeita, levando-a à prisão em flagrante, apesar de suas negações. Em 1º de janeiro de 2025, um grupo de nove pessoas da mesma família consumiu arroz envenenado com terbufós, um ingrediente tóxico letal. O resultado foi trágico, com a morte de cinco delas, entre adultos e crianças.
Francisco foi hospitalizado após o episódio, mas logo foi detido com base em variadas declarações que ofereceu às autoridades. Por sua vez, Maria dos Aflitos foi presa em janeiro, suspeita por seu papel como cúmplice do marido. Ela confessou à polícia que envenenou o café da ex-nora, levando-a a um estado crítico, o que resultou na morte de Jocilene.
O caso segue em andamento, acompanhado com interesse pela população local, dada a gravidade e os detalhes chocantes que envolve. O Tribunal do Júri se prepara para iniciar o julgamento, onde as provas e argumentos das partes serão apresentados, marcando um capítulo crucial na resolução dessa trágica história.
Expectativas para o julgamento
O julgamento de Francisco e Maria promete trazer à tona não apenas os detalhes dos envenenamentos, mas também discutir as motivações e circunstâncias que rodearam os crimes. O resultado poderá estabelecer precedentes sobre a condução de investigações semelhantes e a responsabilidade de cuidar da saúde e segurança em ambiente familiar.
Essa narrativa dramática nos lembra da fragilidade da vida e da importância da vigilância nas relações familiares, elemento essencial que deve prevalecer sobre qualquer desavença ou conflito. A comunidade de Parnaíba observa atentamente, ansiosa por justiça para as vítimas desta tragédia.
