Brasil, 20 de outubro de 2025
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Viúva celebra vitória na justiça após assassinato por engano de ex-militar brasileiro

Mayla Pertel afirma ter cumprido seu dever ao provar a inocência do marido, morto em 2023 em Grândola, em julgamento que termina em novembro

A viúva de Alisson Rodrigues, brasileiro morto por engano em Portugal, declarou ao Portugal Giro que a missão foi cumprida ao provar a inocência do esposo no julgamento iniciado em outubro. A leitura da sentença está marcada para 12 de novembro, em Setúbal.

Vitória emocional e expectativa pela sentença

Mayla Pertel, que retornou ao Brasil após ficar em Portugal durante o julgamento, afirmou que, independentemente do resultado, sente-se aliviada por ter cumprido seu dever. “A minha preocupação era que a imagem dele fosse manchada, que mostrassem o que ele não era e sei que ele era espetacular, só fazia o bem”, declarou ao Portugal Giro. Ela revelou que, apesar de dois dos três acusados poderem ficar impunes, a sensação de ter provado a inocência do marido é libertadora.

Momento difícil durante o julgamento

A brasileira contou que esteve bastante abalada diante dos acusados e que a experiência foi emocionalmente desgastante. “Fiquei muito abalada porque não queria ter contato com os acusados, mas acabei indo ver como seria a questão da pena. Eu me tremia dos pés à cabeça. E fiquei muito mal depois disso”, relatou.

Detalhes do crime e avanços na investigação

Alisson Rodrigues foi morto em junho de 2023, aos 35 anos, dentro de sua residência na cidade de Grândola. Os assassinos entraram na casa buscando outra pessoa e, por engano, dispararam contra ele, que protegia Mayla. Ela conseguiu escapar ao revelar sua gravidez aos agressores, que fugiram após o crime. Maria Alice, filha do casal, nasceu em novembro do mesmo ano e ambas permanecem morando em Portugal.

Pedidos do Ministério Público e possibilidade de recurso

A advogada Alessandra Fantoni informou que o promotor do Ministério Público pediu a absolvição de dois dos três acusados, além de solicitar que a acusada tenha a modificação do homicídio tentado por lesão de leve. As penas poderiam variar de 12 a 25 anos de prisão. Segundo ela, há possibilidade de recurso após a sentença, após discussão com Mayla.

“Nas alegações finais, deixei claro quanto ao pedido do promotor de absolvição do principal acusado, porque ele teria a opção de apontar uma casa abandonada, desistir, mesmo se ameaçado estivesse, pois conhecia o local. Os demais não tinham esse contato”, explicou.

Desafios e ameaças durante o julgamento

Mayla revelou que uma das testemunhas sofreu ameaças, incluindo ela própria, que também recebeu ameaças junto com sua família, incluindo menores. Uma testemunha, com deficiência visual, testemunhou na festa que teria motivado o assassinato. Ela afirmou que pediu socorro ao Ministério Público, sem resposta, temendo por sua vida e a segurança de seus familiares.

“Enviei pedido de socorro ao Ministério Público, porque somos testemunhas de homicídio, e não recebemos resposta. Temo pela minha vida e a vida da minha família”, declarou a testemunha, reforçando a gravidade da situação enfrentada durante e após o julgamento.

Alisson Rodrigues diante do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa — Foto: Arquivo pessoal para Portugal Giro
Alisson Rodrigues diante do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa — Foto: Arquivo pessoal para Portugal Giro
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