No último domingo, um episódio lamentável marcou uma partida do Campeonato Paulista Sub-12, realizada em Guaratinguetá. Uma mulher de 41 anos foi presa por injúria racial contra um jovem jogador do Manthiqueira, que, aos 12 anos, se viu na situação de ouvir ofensas racistas de uma torcedora do Corinthians. O ato, presenciado por muitos, gerou indignação e levou à ação do Protocolo Antirracista, destacando o compromisso do esporte no combate ao racismo.
Agravantes no jogo e a denúncia
O jogo estava ocorrendo normalmente até o segundo tempo, quando um jogador do Manthiqueira denunciou que estava sendo alvo de xingamentos racistas vindos da arquibancada. O árbitro da partida, Guilherme Drbochlaw, ao receber a denúncia, acionou o Protocolo Antirracista, que visa a proteção dos atletas contra atos discriminatórios. O garoto, extremamente abalado, se sentou no gramado e começou a chorar, levantando preocupação entre seus colegas de time e da comissão técnica, que rapidamente o cercaram para consolá-lo.
Reação da equipe e medidas tomadas
A torcedora agressora foi identificada e detida pela Polícia Militar, que não hesitou em levar a mulher à Delegacia de Guaratinguetá, onde teve a prisão decretada. A Federaçao Paulista de Futebol (FPF) fez um alerta público, manifestando sua indignação e reafirmando seu comprometimento em combater o racismo em todos os níveis do futebol. “É revoltante que atos desse tipo ocorram em um ambiente destinado a crianças que apenas desejam se divertir”, declarou a federação na ocasião.
A equidade no esporte e a tolerância ao racismo
Além desse evento trágico, outra situação de mau comportamento foi registrada no intervalo da partida. A torcida do Corinthians já havia sido advertida por atitudes inadequadas, com um funcionário do clube fazendo um apelo para que a torcida se comportasse de maneira mais civilizada. Contudo, o apelo não foi suficiente para evitar o desastroso incidente que se seguiu no segundo tempo.
Impacto no jovem jogador e nas comunidades locais
Após a partida, que terminou com uma vitória de 5 a 1 para o Corinthians, o clube da capital paulista ainda não se manifestou oficialmente. Contudo, o Manthiqueira fez questão de repudiar o ato racista. Através de suas redes sociais, o clube emitiu uma nota que chocou a todos: “Ontem no jogo entre Manthiqueira e Corinthians houve um vencedor pelo placar, mas TODOS NÓS PERDEMOS! RACISMO É CRIME no futebol e na vida!” O texto enfatizou a necessidade de não apenas se condenar o ato, mas de reconhecer o impacto que isso teve sobre as crianças envolvidas.
Um chamado à consciência social
A mensagem do Manthiqueira não foi apenas um lamento, mas um grito de alerta sobre a necessidade de combate ao racismo em todas as suas formas, especialmente em um contexto onde a inocência das crianças é ameaçada por atitudes como essa. O caso evidenciou que o racismo não escolhe idades e, ainda mais alarmante, afeta as futuras gerações que estão apenas começando sua jornada no esporte.
A FPF prometeu continuar vigilante e comprometida em garantir que episódios desse tipo sejam tratados com seriedade e responsabilidade, reforçando que o futebol deve sempre ser um espaço de igualdade e respeito. Com isso, a espera por justiça não é apenas um clamor das instituições, mas um desejo de toda a sociedade que sonha com um mundo sem discriminação.
Que esse episódio sirva como um alerta sobre a importância de educar as futuras gerações contra o preconceito, promovendo um ambiente saudável e inclusivo para todos os jovens atletas no Brasil.