Os títulos em dólar da Argentina subiram após o governo anunciar planos de recompra de títulos soberanos como estratégia para diminuir os custos de financiamento do país endividado. Segundo informações do secretário de Finanças, Pablo Quirno, a operação teria o apoio do JPMorgan e seria parte de uma iniciativa de “dívida por educação”.
Reações do mercado aos títulos argentinos
Os títulos com vencimento em 2035 tiveram alta de mais de um centavo, sendo negociados por cerca de 57 centavos por dólar, segundo dados compilados pela Bloomberg. Antes do anúncio, o mercado cambial argentino estava fechado, com o peso em leve queda ao longo do dia.
Detalhes e perspectivas da operação
Quirno afirmou que o governo já iniciou negociações com o banco JPMorgan, sem, contudo, divulgar quais dívidas específicas seriam recompra ou quem concederia os novos empréstimos. Ele descreveu a operação como uma troca de dívida por recursos de agências e organizações multilaterais, com potencial benefício para o déficit fiscal do país.
Pedro Siaba Serrate, chefe de pesquisa da PPI, destacou que a iniciativa lembra a troca “dívida por natureza” feita pelo Equador em maio de 2023. No caso argentino, os recursos economizados seriam destinados à educação, diferentemente do foco ambiental do exemplo equatoriano.
Contexto político e econômico na Argentina
O anúncio ocorre uma semana antes das eleições de meio de mandato, em que o presidente Javier Milei busca ampliar sua base no Congresso. Recentemente, o apoio entre os eleitores mais jovens diminuiu devido aos cortes de gastos promovidos pelo governo.
Na manhã, a oscilação da dívida argentina foi atribuída à assinatura de um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões com os EUA, divulgado pelo Banco Central. Contudo, falta de detalhes levou ao recuo dos títulos ao longo do dia.
Reações de analistas e investidores
Jason Keene, estrategista do Barclays, considerou a medida “claramente positiva se concretizar”, mas ressaltou que, por enquanto, ela não altera a dinâmica cambial ou eleitoral e que o mercado permanece cauteloso devido à falta de detalhes sobre o swap e a linha de crédito negociada com credores privados.
Gorky Urquieta, da Neuberger Berman, questionou a real viabilidade da recompra de dívida diante da dificuldade do governo de captar recursos, dizendo que a operação soa “extravagante”.
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