Brasil, 20 de outubro de 2025
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Polícia Federal solicita investigação sobre entrada de Filipe Martins nos EUA

A Polícia Federal pede ao STF investigação após negativa de entrada do ex-assessor presidencial Filipe Martins nos Estados Unidos.

A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investigação sobre um registro incorreto da entrada do ex-assessor presidencial Filipe Martins nos Estados Unidos. Essa solicitação ocorreu após um órgão do governo americano afirmar que ele não haveria entrado no país. O caso levanta questões sobre a veracidade dos documentos e a possibilidade de fraudes em registros migratórios.

Determinantes da investigação

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, ordenou que a PF prestasse esclarecimentos sobre a situação. A decisão foi motivada pela declaração da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) que negou a entrada de Martins no país em 30 de dezembro de 2022. A informação de que Filipe Martins teria cruzado a fronteira americana gerou controvérsia, pois foi um dos fatores que justificou sua prisão preventiva em fevereiro de 2024, durante uma investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado. Ele foi liberado seis meses depois, mas submetido a medidas cautelares.

Implicações da suposta entrada

A situação se complica ainda mais pelo fato de que a suposta entrada de Martins havia sido documentada pelo próprio órgão de imigração americano. Essa informação foi utilizada como justificativa durante a sua prisão e gerou uma série de desdobramentos legais. Martins, por sua vez, sempre negou que tivesse viajado para os Estados Unidos no final do governo de Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião de sua prisão, ele estava em Ponta Grossa, no Paraná.

Falsificação de registros?

Segundo a PF, pode ter ocorrido uma tentativa de “simular uma falsa entrada” de Filipe Martins nos EUA. Essa suspeita se baseia no fato de que seu nome constava em uma lista preliminar de pessoas que acompanharam Bolsonaro durante uma viagem aos Estados Unidos que ocorreu no final do mandato do ex-presidente. A PF argumenta que essa situação pode ser uma estratégia para criar uma narrativa falsa sobre a presença de Martins no território americano.

A petição da PF, endereçada ao ministro Moraes, menciona que o registro da entrada de Martins, mesmo que indiciário, evidenciava a possibilidade de que membros de uma organização criminosa, abusando de prerrogativas diplomáticas, tivessem utilizado procedimentos migratórios diferenciados para simular a entrada do ex-assessor nos EUA. Essa prática teria a intenção de enganar as autoridades e justificar ações políticas e judiciais.

Consequências legais e o cenário atual

No documento enviado ao STF, a PF confirmou que Martins tinha sido considerado como tendo entrado nos Estados Unidos a partir da lista de passageiros da comitiva de Bolsonaro, que foi apreendida durante a apuração de outras irregularidades. Além disso, a CBP, em uma análise meticulosa, declarou que “após a conclusão da análise, foi determinado que o Sr. Martins não entrou nos EUA naquela data”. Essa negativa reabre o debate sobre a avaliação inicial que levou à prisão de Martins.

Filipe Martins é acusado de ter elaborado um documento, amplamente conhecido como minuta golpista, que foi apresentado pelo ex-presidente Bolsonaro aos comandantes das Forças Armadas, com a intenção de reverter o resultado das eleições presidenciais. Ele é um dos réus no chamado “núcleo dois” da trama golpista, cujo julgamento está agendado para dezembro. Martins nega qualquer envolvimento na elaboração deste documento.

Perspectivas futuras

Com a investigação da PF e as recentes declarações do governo americano, o cenário jurídico para Filipe Martins se complica ainda mais. A clara contradição entre o que foi inicialmente relatado sobre sua entrada nos EUA e a realidade apresentada pelo CBP poderá influenciar não apenas seu caso, mas também as repercussões mais amplas da investigação sobre tentativas de interferências nas eleições brasileiras. A partir de agora, todos os olhos estarão voltados para o andamento dessa investigação e o desenrolar do julgamento que ocorrerá em dezembro.

A solicitação da Polícia Federal ao STF representa um passo importante na busca por esclarecimentos sobre um episódio que tem implicações significativas para a política brasileira e a integridade das instituições democráticas. A evolução desse caso poderá trazer novas revelações e talvez até mesmo implicações adicionais para outras figuras políticas ligadas ao governo anterior.

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