Brasil, 20 de outubro de 2025
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Polícia Federal investiga suposta viagem de ex-assessor a EUA

A PF sugere apuração sobre a viagem de Filipe Martins ao exterior, em meio a investigações de um golpe de Estado no Brasil.

A Polícia Federal (PF) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o início de um procedimento para investigar uma suposta viagem de Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. O caso levanta questões sérias sobre a utilização indevida de prerrogativas diplomáticas e envolve insinuações de uma organização criminosa.

Acusações graves e desdobramentos inesperados

O documento enviado pela PF, assinado pelo delegado Fabio Alvarez Shor, indica que há a “possibilidade de que integrantes da organização criminosa, abusando dolosamente das prerrogativas diplomáticas, tenham se utilizado do procedimento migratório diferenciado relacionado a comitivas de chefes de Estado”. Esta prática visa simular uma falsa entrada de Filipe Martins nos EUA, sem a presença física dos integrantes da comitiva presidencial nas autoridades migratórias.

Além das complicações relativas à viagem, a PF observou que a confusão em torno da situação de Martins tem sido usada como uma estratégia para descredibilizar as investigações e os agentes envolvidos na ação contra ele, que está ligada a uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral em 2022.

Paralelos com a milícia digital

Segundo o relatório, a metodologia utilizada nas tentativas de desinformação em torno da viagem de Martins lembra a atuação de uma “milícia digital”. Essa milícia é previamente investigada pela Justiça, e o uso de influenciadores digitais e advogados como propagadores de informações falsas está sendo analisado. “O uso da internet para a propagação de informações falsas por meio de influenciadores digitais e advogados que possuem posição de autoridade perante o público de interesse” é um ponto levantado pela PF.

“Sendo assim, diante da impossibilidade de esgotar, no presente ofício, todos os elementos envolvidos, e, ainda, considerando a gravidade dos fatos constatados, a Polícia Federal sugere à Vossa Excelência a instauração de procedimento apuratório específico”, destacou a PF em seu ofício.

Contexto da investigação

O pedido da PF ocorre em resposta a uma determinação de Moraes, que deu um prazo de cinco dias para que a Polícia apresentasse esclarecimentos detalhados sobre a viagem de Martins. Essa investigação está intimamente ligada a uma ação penal que explora a tentativa de golpe de Estado em 2022, que envolve não apenas Martins, mas também outros indivíduos considerados parte do núcleo da trama golpista.

No documento, Moraes também observou que a PF havia analisado a defesa de Martins, que argumentou que ele não teria viajado à Flórida na data em questão. No entanto, dados coletados indicam que o ex-assessor poderia ter deixado o Brasil a bordo da aeronave presidencial acompanhando a comitiva do então presidente, Jair Bolsonaro.

Contradições e investigações em andamento

Recentemente, a PF confirmou a entrada de Martins nos Estados Unidos por meio de informações do Department of Homeland Security (DHS), que associou os dados ao CPF, passaporte e data de nascimento do investigado. Entretanto, o U.S. Customs and Border Protection (CBP) posteriormente desmentiu essas informações, afirmando que o registro de entrada apresentado pela investigação é falso e que Martins nunca esteve no país na data referida.

A situação se complica ainda mais quando se considera que, em fevereiro de 2024, os pais de Martins informaram à PF que ele estava morando no exterior, mas ele foi localizado em Ponta Grossa (PR), levantando preocupações sobre o risco de fuga, dado que a cidade é relativamente próxima das fronteiras com a Argentina e o Paraguai.

Próximos passos e desdobramentos

Diante do cenário conturbado e das novas informações que surgem a cada dia, o governo e o STF estão sob pressão para esclarecer as circunstâncias em torno da viagem de Filipe Martins. O ministro Alexandre de Moraes, em resposta ao clamor público e à gravidade das alegações, determinou que a PF disponibilize novas informações sobre a situação em até cinco dias. A investigação permanece ativa e os desdobramentos seguem sendo monitorados de perto pela mídia e pela sociedade em geral.

Esta história é um reflexo não apenas da complexidade política atual, mas também do papel vital que as investigações e a transparência têm em um sistema democrático.

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