No último domingo, dia 19, a paz da Zona Sudoeste do Rio de Janeiro foi quebrada por um incidente trágico, onde um sargento da Polícia Militar (PM) foi fatalmente baleado por um colega de profissão, em um episódio marcado por apelos e desespero. O caso ocorreu na Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, e envolve os sargentos Eduardo Filipe Santiago Ferreira e William Amaral da Conceição, que eram amigos e compadres de batismo.
A cena do crime
O desfecho fatal ocorreu por volta da meia-noite, quando águas do céu se misturavam ao clima tenso do momento. Segundo registro de câmeras de segurança, os dois sargentos estavam envolvidos em uma discussão que rapidamente escalou para um tiroteio. A cena era caótica, com Santiago solícito e tentando apaziguar a situação, enquanto Amaral já portava uma pistola e demonstrava comportamento agressivo.
Como tudo começou?
Ainda não está claro o que motivou a briga entre os dois policiais. A falta de informações concretas sobre a origem da desavença permeia os relatos, e até o momento, nem mesmo Amaral, que foi ferido na troca de tiros, se lembrou do que aconteceu. Contudo, um testemunho de um motociclista que passava pelo local e se irritou com a maneira como o carro estava estacionado foi registrado, o que sugere que a discussão pode ter começado com uma banalidade, mas se transformou em tragédia.
Os apelos de Santiago
Imagens capturadas mostram Santiago, ao descer de um carro Fiat Idea, suplicando a Amaral que não o ferisse: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”, implorou, tentando se identificar. Mesmo assim, as palavras de amizade caíram em ouvidos surdos, e Amaral disparou ameaças e xingamentos em resposta. A gravidade da situação atingiu seu ápice quando os dois policiais começaram a trocar tiros.
O desenrolar da troca de tiros
A tensão aumentou e os sargentos deixaram de ser amigos para se tornarem adversários em questão de segundos. Santiago, que inicialmente parecia desarmado, retirou uma pistola de sua cintura para revidar os disparos de Amaral. O tiroteio se desenrolou rapidamente sob a chuva, com ambos os policiais se movendo e mudando de posição enquanto se disparavam tiros. Infelizmente, o tumulto resultou em uma série de balas trocadas, culminando na queda de Santiago, que foi ferido no peito.
Consequências e reações
Após a troca de tiros, Santiago não sobreviveu e foi declarado morto no local. Amaral, por sua vez, foi encontrado sentado no meio-fio, com a arma do crime ainda em mãos, e foi preso em flagrante. Ele foi levado sob custódia ao Hospital Municipal Albert Schweitzer e posteriormente transferido para o Hospital Central da PM, onde já recebeu alta.
Versões conflitantes
Em sua defesa, Amaral alegou que não se lembrava dos momentos que antecederam os disparos e afirmou que podiam ter sido vítimas de uma tentativa de assalto, uma afirmação que não encontrou respaldo nas investigações policiais até o momento.
Este trágico caso levanta questões sérias sobre a segurança e a saúde mental dos policiais militares, além da necessidade de protocolos mais rigorosos para prevenir situações de risco e violência entre os próprios membros das Forças de Segurança. O Rio de Janeiro, já tão penalizado pela criminalidade, perdeu mais um de seus defensores em uma situação que, a princípio, parecia ser apenas uma briga entre amigos.
As investigações continuam, e a sociedade aguarda respostas sobre como um desentendimento entre dois policiais pode resultar em uma tragédia tão imensurável.