A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (21) que recebeu a licença de operação do Ibama para a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, situado em águas profundas do Amapá, na Margem Equatorial brasileira. A operação tem início imediato e busca obter informações geológicas sobre a área, sem produção de petróleo nesta fase.
Perfuração na Margem Equatorial e possíveis recursos
Segundo a Petrobras, a perfuração na Bacia da Foz do Amazonas está prevista para começar em breve, com duração estimada de cinco meses. A iniciativa faz parte do plano de investimentos da empresa para 2025-2029, que reserva cerca de US$ 3 bilhões para a exploração na região, incluindo a perfuração do poço autorizada pelo Ibama neste mês.
Importância estratégica e ambiental
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, afirmou que a operação será conduzida com segurança, responsabilidade e altos padrões técnicos. “Esperamos obter excelentes resultados nesta pesquisa e confirmar a existência de petróleo na porção brasileira desta nova fronteira energética mundial”, declarou a executiva.
O Ibama destacou que a licença foi concedida após um rigoroso processo de licenciamento ambiental, incluindo estudos de impacto ambiental, audiências públicas e várias reuniões técnicas em municípios do Pará e do Amapá. A empresa realizou diversas melhorias no projeto, como a construção de um Centro de Reabilitação de Fauna na região de Oiapoque, e a inclusão de embarcações dedicadas ao atendimento de fauna oleada.
Desafios e perspectivas na exploração da Margem Equatorial
A região, que faz parte da maior zona de manguezais do mundo e possui um sistema recifal rico, preocupa ambientalistas quanto ao risco do derramamento de petróleo e impactos ao ecossistema local. Em nota, o Ibama reforçou que o processo de licenciamento envolveu mais de 400 pessoas e resultou em aperfeiçoamentos nas estratégias de resposta a emergências, incluindo a criação de um novo Centro de Reabilitação no Amapá.
Entretanto, há uma preocupação acerca do prazo para o contrato da sonda de perfuração, que termina nesta semana. Magda Chambriard destacou a urgência de iniciar a operação para evitar a necessidade de um novo processo de licenciamento, que atrasaria as atividades. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou a importância da Margem Equatorial para a soberania energética do Brasil e a necessidade de explorar seu potencial de forma responsável.
Contexto internacional e apetite de multinacionais
A descoberta de grandes reservas de petróleo na vizinha Guiana, na década passada, acentuou o interesse do país e de multinacionais pelo potencial da região. A Guiana, que desde 2015 realiza exploração com a Exxon Mobil, possui reservas estimadas entre 12 and 15 bilhões de barris, com previsão de aumento significativo na produção nas próximas décadas. O Brasil, por sua vez, leiloou recentemente blocos na área, recebendo propostas de Petrobras, Exxon Mobil e Chevron, que veem na região uma grande oportunidade de expansão de seus negócios offshore.
Considerações finais e aposta na fronteira energética
O governo brasileiro reforça que a exploração na Margem Equatorial será conduzida com o máximo cuidado ambiental. O ministro Alexandre Silveira destacou que o petróleo brasileiro possui uma das menores pegadas de carbono do mundo e que a matriz energética do país é altamente renovável, reforçando a responsabilidade social e ambiental do setor.
Com a liberação da licença, a Petrobras reforça seu compromisso com a exploração responsável e a valorização da nova fronteira energética brasileira, na expectativa de impulsionar a economia e garantir a segurança energética do país.
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