Com uma carreira impressionante de mais de 30 anos, a anglo-americana Jill Ellis, atualmente com 59 anos, tem sido uma força fundamental no desenvolvimento do futebol, especialmente o feminino. Desde dezembro do ano passado, ela ocupa o cargo de diretora do futebol da FIFA, com uma missão clara: expandir o esporte e torná-lo acessível para mais mulheres em todo o mundo. Durante um workshop no Rio de Janeiro, onde se reuniu com as cidades-sede da Copa do Mundo de 2027, Ellis compartilhou suas visões otimistas sobre o futuro do futebol feminino, destacando o Brasil como um destino ideal para a competição.
Apostas no legado do futebol feminino
Em sua nova posição na FIFA, Jill supervisiona áreas cruciais como arbitragem e o crescimento do futebol feminino. Em entrevistas, ela enfatizou a importância de elevar os padrões e garantir que o esporte continue a desenvolver talentos. “Meu principal objetivo é criar oportunidades e deixar um legado que permita que outras pessoas tenham acesso ao jogo”, afirma. Essa visão inclui iniciativas projetadas para ajudar jogadoras a desenvolverem seus próprios legados.
Expansão da Copa do Mundo Feminina
A expansão da Copa do Mundo feminina para 48 seleções em 2031 é uma das mudanças mais significativas propostas por Ellis. “O futebol feminino está em ascensão, e vemos seleções como o Marrocos, que recentemente alcançou as oitavas de final, mostrando que o nível de competição está aumentando”, disse ela. Ellis destacou que com investimentos e apoio, seleções que historicamente eram menos competitivas estão se tornando adversárias formidáveis. A FIFA investiu 1 milhão de dólares em cada equipe classificada para a próxima Copa, o que mostra um comprometimento com a competitividade.
Expectativas para a Copa de 2027 no Brasil
Com uma paixão contagiante, Jill Ellis revelou suas expectativas para a Copa do Mundo de 2027: “Acredito que será a melhor Copa do Mundo feminina de todas!”, exclamou. Ellis prevê um espetáculo competitivo e emocionante, alimentado pelo amor do Brasil pelo futebol. Aer eventos esportivos anteriores, ela se diz maravilhada com a energia dos torcedores brasileiros e a vibrante cultura do país, que proporcionam um ambiente ideal para o futebol.
Impressões sobre o futebol brasileiro
Eu estive no Brasil durante as Olimpíadas e, embora tenha sentido uma falta de desempenho competitivo, me encantei com a energia do povo e a paixão pelo futebol. “A energia dos torcedores brasileiros é incomparável”, disse Ellis. Ela também comentou sobre o crescimento da seleção feminina, que mesmo após algumas derrotas, tem demonstrado uma “fome de vencer”. Entre as jogadoras, o treinador Arthur Elias está destacando a importância do equilíbrio entre a experiência e a juventude.
Evolução do futebol feminino
Sobre a evolução tática do futebol feminino nos últimos anos, Jill Ellis apontou que desde a eliminação da equipe dos EUA em 2016, houve uma necessidade de adaptação às diferentes estratégias de jogo. “Estamos vendo um nível de sofisticação tática muito maior”, explicou. Esses avanços são essenciais para que maneiras diferentes de jogo possam ser exploradas, contribuindo para o desenvolvimento não só de jogadoras, mas também de treinadoras.
Desafios e avanços no futebol
Apesar dos avanços, Ellis enfatizou que ainda há trabalho a ser feito. A estabilidade nas ligas femininas e o aumento de torcedores nos jogos são essenciais para o crescimento do esporte. “Precisamos desenvolver categorias de base para que meninas tenham oportunidades reais de jogar futebol”, afirmou. Com iniciativas voltadas para aumentar a participação feminina e criar infraestrutura adequada, Ellis está focada em deixar um impacto duradouro.
Reflexões sobre uma carreira inspiradora
Ao olhar para sua trajetória, Jill Ellis reflete: “Não se trata mais de troféus, mas sim do impacto que causamos nas vidas das pessoas.” O futebol, segundo ela, é uma ferramenta poderosa para promover igualdade e oportunidades para as mulheres, destacando a importância de um futuro mais inclusivo no esporte.
Em sua seleção pessoal de grandes jogadoras, Ellis inclui Marta, Aitana Bonmatí, Mia Hamm, Asisat Oshoala e Abby Wambach, reconhecendo o impacto que cada uma delas teve no futebol feminino.
Ao encerrar a conversa, ficou claro que a perspectiva de Jill Ellis para o futebol feminino é não apenas otimista, mas profundamente enraizada no desejo de dar continuidade ao desenvolvimento do esporte, especialmente no Brasil, onde as chances de sucesso são grandes e repletas de energia.